Manifestações na Ucrânia "não são golpe de Estado"
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, considerou hoje que as manifestações na Ucrânia não constituem um golpe de Estado, defendendo o "diálogo e a recusa da repressão" no país.
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Mundo Laurent Fabius
"Isto não é um golpe de Estado. Não vi uma intervenção militar, [pelo que] as características de um golpe de Estado não estão reunidas", disse Laurent Fabius, em declarações à Radio France Internationale, alinhado com os Estados Unidos.
A reação de Paris e de Washington surgiu depois de o primeiro-ministro da Ucrânia, Mykola Azarov, ter afirmado que estava em curso "um golpe de Estado".
Dezenas de milhares de pessoas têm protestado em Kiev, onde têm bloqueado a entrada na sede do Governo, depois de o executivo ter recusado assinar um Acordo de Associação com a União Europeia.
Esta ex-república soviética deveria assinar um acordo com a União Europeia, que a aproximaria mais deste bloco ocidental, durante uma cimeira em outubro, mas o Presidente Viktor Yanukovych recuou no último minuto, num gesto atribuído a pressões por parte de Moscovo.
O chefe da diplomacia francesa afirmou ainda estar disponível para receber Vitali Klitschko, um dos líderes da oposição e ex-campeão de boxe, numa escolha justificada com o facto de a ex-primeira-ministra Iulia Timoshenko estar detida, mas também com as qualidades do próprio Vitali Klitschko, "um homem singular, que construiu a sua fortuna a pulso, reputado como incorruptível e que acredita na democracia".
Na entrevista, citada pelas agências internacionais, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês criticou o Presidente ucraniano pelo seu recuo, tendo considerado "extremadamente chocante" a posição adotada relativamente ao acordo com o bloco dos 28.
"A Ucrânia deve ter liberdade para escolher e, além disso, não há uma contradição entre o facto de [assinar] um acordo de associação com a UE e o facto de ser próxima da Rússia", rematou Laurent Fabius.
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