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Trump demarca-se de embaixador que assumiu pressão sobre Ucrânia

Donald Trump procurou distanciar-se do embaixador norte-americano na União Europeia, Gordon Sondland, dizendo que o conhece mal, depois do testemunho embaraçoso deste, hoje no Congresso, contra o Presidente dos EUA na comissão de inquérito para a sua destituição.

Trump demarca-se de embaixador que assumiu pressão sobre Ucrânia
Notícias ao Minuto

18:25 - 20/11/19 por Lusa

Mundo EUA

"Eu não o conheço muito bem. Não conversei muito com ele", disse Trump sobre o embaixador, no dia em que este foi ao Congresso afirmar que tinha pressionado o Governo da Ucrânia a investigar as atividades da família de Joe Biden, rival político do Presidente norte-americano, por instruções expressas deste.

A declaração do Presidente norte-americano contrasta com uma mensagem da sua conta pessoal da rede social Twitter, de 08 de outubro, em que Trump dizia que adorava que Sondland fosse testemunhar no Congresso, dizendo que ele era um "homem bom e um grande americano".

Durante a audição pública na comissão de inquérito para destituição de Trump, Gordon Sondland disse ainda que houve uma relação de troca ("quid pro quo") - facto central no inquérito para a destituição - entre a entrega de ajuda militar à Ucrânia e a investigação à atividade de Hunter Biden, filho de Joe Biden, junto da empresa ucraniana Burisma, e que transmitiu preocupação sobre esse facto ao vice-presidente, Mike Pence.

Minutos depois, Marc Short, chefe de gabinete do vice-presidente, reagiu também às declarações do embaixador no Congresso dizendo que Pence nunca falou com Sondland sobre "a investigação aos Biden, à Burisma ou sobre a ajuda financeira à Ucrânia como troca por investigações" do Governo ucraniano.

Marc Short desmentiu ainda uma outra história do depoimento de Sondland, segundo a qual o embaixador tinha estado sozinho com Pence, durante uma viagem do vice-presidente à Polónia, em setembro, em que lhe teria transmitido preocupação sobre a estratégia diplomática de Trump na Ucrânia.

No seu depoimento no Congresso, Gordon Sondland confirmou que agiu perante o Governo da Ucrânia sob "ordens do Presidente" e que elas pressupunham a pressão para investigação sobre Hunter Biden, filho de Joe Biden, e a sua atividade junto de uma empresa ucraniana, Barisma, suspeita de corrupção, em troca de ajuda militar e de uma reunião do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca.

Contudo, Sondland acrescentou que nunca ouviu as instruções de troca ("quid pro quo") da boca do Presidente, mas antes do seu advogado Rudolph Giuliani, a quem atribui parte importante da estratégia presidencial para lidar com o caso ucraniano.

A partir das instruções de Giuliani, que se apresentou como emissário de Trump, "ficou claro para todos" os que participaram no processo que uma reunião na Casa Branca para o Presidente da Ucrânia e um telefonema com Trump só aconteceriam se o presidente Volodymyr Zelensky concordasse em lançar uma investigação sobre as eleições nos EUA em 2016 e sobre o filho do ex-vice-presidente Joe Biden, disse Sondland.

Donald Trump, 73 anos, está sob investigação do Congresso num inquérito para a sua destituição ('impeachment'), acusado de abuso de poder no exercício do cargo.

Trump é suspeito de ter pressionado o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, a investigar uma empresa ucraniana da qual foi administrador o filho do ex-vice-presidente Joe Biden, dado como favorito a concorrer pelos democratas nas eleições de 2020, em troca de uma ajuda militar dos EUA.

O 45.º Presidente norte-americano, em funções desde 20 de janeiro de 2017, qualificou a investigação como uma "caça às bruxas".

As audições públicas do inquérito arrancaram em 13 de novembro.

Se as conclusões do inquérito forem aprovadas por maioria simples na Câmara dos Representantes, o processo segue para o Senado, sendo necessária uma maioria de dois terços para a destituição do Presidente.

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