"Acabaram de anunciar que vão continuar a fazer mais investigação e a desenvolver os seus sistemas de armas nucleares. É inaceitável", disse o secretário de Estado norte-americano, em declarações a uma rádio local durante uma deslocação ao Estado do Kansas.

Um ano após o abandono dos Estados Unidos do acordo internacional assinado em Viena em julho de 2015 e a reposição das sanções norte-americanas, o Irão declarou que não se sentia obrigado a continuar a respeitar alguns dos seus compromissos no pacto enquanto os restantes signatários não conseguissem ajudá-lo a contornar as medidas punitivas.

O pacto, assinado por cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China) e a Alemanha, visava limitações e maior vigilância do programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais.

O Irão iniciou em maio passado um plano gradual de redução dos compromissos e na quarta-feira o Presidente iraniano, Hassan Rohani, afirmou que Teerão ia avançar com a terceira fase do plano, ou seja, ia suspender todos os limites à pesquisa e ao desenvolvimento nuclear, de forma a fornecer ao país tudo o que precisa para o enriquecimento de urânio.

Os pormenores desta nova fase vão ser explicados pelas autoridades iranianas no sábado.

Para a República Islâmica, este plano de redução é apresentado como uma tentativa de evitar a morte definitiva do acordo nuclear, uma vez que pretende exercer pressão sobre os restantes países que continuam vinculados ao pacto.

Ainda em declarações à radio local, e apesar das críticas direcionadas a Teerão, Mike Pompeo afirmou que continua "confiante" numa possível solução diplomática.

"Durante meses, o Presidente [Donald] Trump afirmou estar disponível para se reunir com os líderes iranianos sem pré-condições", disse Mike Pompeo, num momento em que França tenta uma mediação entre o Irão e os Estados Unidos para fazer diminuir a tensão e tenta promover um eventual encontro entre os líderes norte-americano e iraniano em finais de setembro durante a Assembleia-geral das Nações Unidas.

"Mas nós somos muito claros sobre o resultado que procuramos em caso de conversações", acrescentou Pompeo, denunciando uma vez mais "as campanhas de terror" conduzidas, segundo o representante norte-americano, pelo Irão em todo o mundo, bem como o programa de mísseis balísticos iraniano que classificou igualmente como "inaceitável".

Na terça-feira, os Estados Unidos impuseram, pela primeira vez, sanções à agência espacial do Irão, acusando-a de desenvolver mísseis balísticos sob a cobertura de um programa civil para lançar satélites em órbita.

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