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Supremo chileno condena 24 agentes de Pinochet por sequestro de estudante

O Supremo Tribunal do Chile condenou a penas de prisão 24 antigos agentes da ditadura de Augusto Pinochet pela prática de "sequestro qualificado", em 1974, de um estudante universitário de 19 anos, informaram hoje fontes judiciais.

Supremo chileno condena 24 agentes de Pinochet por sequestro de estudante
Notícias ao Minuto

21:11 - 27/07/19 por Lusa

Mundo Justiça

O estudante sequestrado, Miguel Ángel Acuña Castillo, foi um dos 119 desaparecidos em março daquele ano na chamada "Operação Colombo", montada pela ditadura de então para encobrir o desaparecimento de presos políticos, contando para isso com a colaboração das polícias secretas da Argentina e do Brasil.

Nesses países, publicaram-se edições únicas de jornais que afirmavam que os desaparecidos tinham sido mortos no âmbito de purgas internas do Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR), versão que foi recolhida pela imprensa chilena da época.

No caso de Acuña Castillo, o Supremo Tribunal condenou a 13 anos de prisão os generais Raúl Iturriaga Neumann e César Manríquez Bravo, e os brigadeiros Pedro Espinoza Bravo e Miguel Krassnoff Martchenko, como autores do delito.

Já aos outros 20 antigos agentes da Direção Nacional de Inteligência (DINA) aplicou penas de dez anos de prisão, também como autores.

Mas as restantes 46 pessoas envolvidas foram absolvidas por não se provar a sua participação, indicaram várias fontes.

Na investigação do caso, conduzida pelo juiz especial Hernán Crisosto, ficou provado que, a 08 de julho de 1974, Miguel Ángel Acuña Castillo, militante do MIR, foi detido, perto do seu domicílio, por agentes da Direção de Inteligência Nacional (DINA) e foi levado para um centro de torturas, na rua de Londres, no centro da cidade de Santiago, de onde nesse mesmo mês se perdeu o seu rasto.

No ano seguinte, a 25 de junho de 1975, o nome de Miguel Ángel Acuña Castillo apareceu na lista dos 119 desaparecidos.

Em termos de direito civil, o Supremo Tribunal confirmou a condenação do Estado do Chile a pagar uma indemnização de 90 milhões de pesos (cerca de 132.000 dólares) à família da vítima.

Durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), cerca de 3.200 pessoas morreram nas mãos de agentes do Estado, destas 1.192 figuram como detidos desaparecidos.

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