Europeus vão "coordenar" os seus meios no Golfo sem os reforçar
Paris, Londres e Berlim planeiam "coordenar" os seus meios e "partilhar informações" no Golfo para reforçar a segurança marítima na zona, sem deslocar outros meios militares, explicou a ministra francesa Florence Parly numa entrevista divulgada hoje.
© Lusa
Mundo Paris
Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico Jeremy Hunt, afastado na quarta-feira do governo de Boris Johnson, apelou à criação de uma "missão de proteção marítima dirigida pelos europeus" no Golfo, após a apreensão pelo Irão de um petroleiro com pavilhão britânico no estreito de Ormuz.
Indicando não procurar um aumento das tensões, o presidente iraniano, Hassan Rohani, respondeu que "o Irão tem sido e será o principal guardião da segurança e da liberdade de navegação no Golfo Pérsico, no estreito de Ormuz e no mar de Omã".
Em declarações em Lisboa, na terça-feira, o novo embaixador do Irão em Portugal, Morteza Damanpak Jami, considerou que "qualquer tentativa de países fora da região para fazer aumentar a tensão de uma situação já delicada seria lançar achas para a fogueira".
Na entrevista ao jornal regional L'Est Républicain, a ministra das Forças Armadas de França falou de "contactos muito recentes, com a Alemanha e o Reino Unido, para uma ação comum", que "permitiria contribuir para a segurança do tráfego marítimo no Golfo e ter uma avaliação da situação autónoma".
"As discussões estão a decorrer. Temos todos os meios no local. Não se trata de os reforçar, mas de coordenar os nossos meios e partilhar as nossas informações", afirmou Florence Parly.
"Estamos a trabalhar para nos organizarmos entre europeus, mas uma coisa é certa: o nosso comportamento tem apenas um objetivo, fazer baixar as tensões atuais e defender os nossos interesses", sublinhou, insistindo que os europeus não querem "contribuir para uma força que possa ser entendida como agravante das tensões".
A França conta com uma fragata em permanência no Golfo e oceano Índico e dispõe de cerca de 650 militares nos Emirados Árabes Unidos.
A tensão na zona do Golfo Pérsico e do estreito de Ormuz agravou-se no final da passada semana com a apreensão, por parte do Irão, do petroleiro britânico "Stena Impero".
A medida das autoridades iranianas ocorreu depois do Tribunal Supremo de Gibraltar ter prorrogado por mais 30 dias a apreensão de um petroleiro iraniano, o "Grace 1", retido desde 04 de julho naquele território ultramarino britânico situado no extremo sul de Espanha.
A embarcação é suspeita da entrega de petróleo bruto à Síria, o que representaria uma violação das sanções europeias contra o regime de Damasco.
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