Jacinda Ardern pede solução para violência nas redes sociais
A primeira-ministra neozelandesa pediu hoje uma solução global para impedir a divulgação de conteúdos de caráter terrorista ou violência extrema nas redes sociais, como aconteceu no ataque contra duas mesquitas que fez 50 mortos, em 15 de março.
© Getty Images
Mundo Nova Zelândia
"As empresas detentoras das redes sociais são plataformas globais, portanto a nossa resposta deve ser global", afirmou Jacinda Ardern, num vídeo divulgado pelas redes sociais antes da visita a Paris, onde irá encontrar-se com o Presidente francês, Emmanuel Macron, na quarta-feira.
A reunião contará com a presença de líderes de todo o mundo e representantes de empresas de tecnologia que serão convidados a juntar-se ao "Apelo de Christchurch" para se comprometerem a eliminar conteúdo extremista violento da Internet, que para Ardern representa o começo de uma iniciativa em que espera ter mais apoio de empresas e governos no futuro.
Brenton Tarrant, alegadamente responsável pela morte de 50 pessoas em Christchurch, transmitiu os assassínios em direto pela rede social Facebook, tendo o vídeo ficado disponível e a ser partilhado em outras redes sociais, como o Twitter e o YouTube, durante várias horas após o ataque.
"Este foi um ato terrorista projetado para tornar-se viral, o terrorista transmitiu ao vivo e, após o ataque, o vídeo foi alterado várias vezes para evitar que fosse excluído automaticamente", indicou Jacinda Ardern, lembrando que o vídeo foi partilhado mais de 1,5 milhões de vezes só no Facebook.
Vários neozelandeses assistiram ao vídeo "não porque necessariamente o procuraram, mas porque a sua proliferação era extrema", segundo a primeira-ministra, que sublinhou assim a necessidade de adotar medidas para impedir a partilha de conteúdos terroristas e violência extrema na Internet.
Jacinda Ardern também referiu que as medidas adotadas, que incluem soluções tecnológicas, devem garantir que "uma Internet livre, aberta e acessível seja preservada" para os utilizadores.
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