Diretor de televisão argelina demitido após acusações de "censura"
O diretor-geral da televisão pública argelina, Toufik Khelladi, foi hoje demitido na sequência de contestações dos jornalistas sobre a "censura" na cobertura das manifestações em que se exige a saída do Presidente Abdelaziz Bouteflika.
© Reuters
Mundo Presidência
As razões da saída de Khelladi do cargo, que ocupava desde 2012, são ainda desconhecidas, porém o diretor-geral já enfrentava há alguns meses acusações de funcionários da televisão, sobretudo jornalistas, que denunciam a "censura" sobre os canais nacionais no contexto das manifestações contra a Presidência de Abdelaziz Bouteflika.
As tensões entre os jornalistas e Khelladi acentuaram-se com a cobertura dos protestos iniciados no passado dia 22 de fevereiro, quando um grande número de manifestantes desfilava nas ruas da capital para exigir a saída de Boutflika.
As manifestações sem precedentes contra Bouteflika, no poder há 20 anos, têm sido pacíficas, com exceção de confrontos isolados em Argel à margem dos protestos.
O Presidente, de 82 anos, renunciou a 11 de março a candidatar-se a um quinto mandato face à contestação nas ruas e adiou as presidenciais previstas para 18 de abril, prolongando assim o seu mandato que devia terminar a 28 de abril.
Na declaração escrita em que anuncia a renúncia à eleição e em que adia 'sine die' o escrutínio, Bouteflika justifica a continuação do seu mandato até à realização de uma Conferência Nacional encarregada de aprovar reformas sociais e políticas e para elaborar uma nova Constituição.
Segundo a agência France Presse, os manifestantes consideraram as propostas de Bouteflika como um "truque" e a contestação não parece diminuir.
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