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Milhares de civis retirados do último reduto do grupo 'jihadista' Daesh

Mais de 40 camiões com milhares de civis, sobretudo mulheres e crianças, deixaram hoje o último reduto do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) no leste da Síria, sob a supervisão das forças curdo-árabes em ofensiva na região.

Milhares de civis retirados do último reduto do grupo 'jihadista' Daesh
Notícias ao Minuto

14:38 - 22/02/19 por Lusa

Mundo Síria

A bordo destes veículos encontravam-se mulheres de niqab (véu islâmico) negro, algumas transportando um saco, crianças com roupas sujas e cobertas de poeira que por vezes devoram um pouco de pão, homens com a cara coberta. Não se escutava uma palavra, um grito, uma queixa, referem os repórteres da agência noticiosa France-Presse (AFP).

Em Bagouz, os combatentes do EI permanecem entrincheirados em túneis, rodeados por campos de minas. Mas neste último bastião do EI no distrito de Deir ez-Zor ainda permanecem civis, sobretudo mulheres e filhos de 'jihadistas', que os combatentes curdos e árabes das Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pela coligação internacional liderada pelos EUA, pretendem fazer sair.

"Esperamos o fim das retiradas de civis para iniciar o assalto", indicou um porta-voz das FDS, esperando que estas saídas terminem "hoje ou amanhã", e quando alguns "milhares" de pessoas ainda podem encontrar-se em Bagouz.

Após uma fulgurante ofensiva em 2014, com a proclamação de um "califado" em vastas regiões do Iraque e da Síria, o EI perdeu a quase totalidade do seu território na sequência de múltiplas ofensivas.

O conflito na Síria, desencadeado em 2011, evoluiu para uma guerra complexa que provocou mais de 360.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.

Apesar de ter perdido o seu último bastião na Síria, os 'jihadistas' disseminaram-se no deserto central de Badiya, e têm reivindicado ataques em regiões controladas pelas FDS.

Na quinta-feira, o EI reivindicou um atentado com carro armadilhado a apenas dez quilómetros de um campo petrolífero, transformado em base militar das FDS, que provocou 20 mortos, segundo a Organização Síria de Direitos Humanos (OSDH).

Com o fim do "califado", perspetiva-se a retirada dos cerca de 2.000 soldados norte-americanos presentes na Síria, para acompanhar as FDS contra os 'jihadistas'.

Esta retirada, anunciada pelo Presidente dos EUA Donald Trump, deverá enfraquecer a capacidade de resposta das forças curdas, ameaçadas por uma ofensiva do vizinho curdo.

Mas Washington anunciou na quinta-feira a manutenção "por um certo tempo" de 200 soldados, "um pequeno grupo de manutenção da paz", segundo a versão da porta-voz do Governo norte-americano, Sarah Huckabee Sanders.

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