Israel desmantela túneis do Hezbollah e aumenta tensões na região
As forças armadas israelitas começaram hoje uma operação para "expor e neutralizar" túneis nas suas fronteiras construídos pelo movimento Hezbollah, aumentando tensões na região.
© Reuters
Mundo Forças Armadas
Os militares garantem que os túneis - que percorrem o territóriio entre o Líbano e o norte de Israel - não estão a ser usados por elementos do Hezbollah e que a operação para os encontrar e neutralizar decorre exclusivamente em território israelita.
No entanto, a operação pode agravar a tensão entre Israel e os seus inimigos árabes, apoiados pelo Irão, em confronto há mais de uma década.
Para já, não há reações do movimento Hezbollah, embora a TV Al-Manar, órgão controlado pelo partido, tenha feito relatos da operação militar, citando média israelitas.
Um funcionário do chamado "Eixo da Resistência" - um grupo liderado pelo Irão e formado por autoridades sírias, milícias xiitas do Iraque, Hezbollah e outros grupos - disse que os combatentes do Hezbollah estão "em alerta máximo para confrontar qualquer possível agressão israelita".
Malene Jensen, porta-voz da força da ONU no Líbano, conhecida como UNIFIL, disse que a situação na área de operação das forças de paz permanece calma e que estão em contacto com todas as partes relevantes para garantir que a calma e a estabilidade sejam mantidas.
"Vemos as atividades do Hezbollah como uma violação flagrante e flagrante da soberania israelita", bem como das resoluções da ONU", disse hoje Jonathan Conricus, porta-voz militar israelita.
Os militares não revelaram quantos túneis percorreram em território israelita a partir do Líbano, embora afirmem que a operação pode durar semanas.
Há vários anos que Israel tenta atacar e destruir uma rede de túneis na Faixa de Gaza, recorrendo a vários métodos para os destruir e impedir que sejam reconstruídos.
Um oficial militar libanês disse hoje à agência Associated Press que as tropas libanesas e agentes de inteligência militar, juntamente com soldados da ONU estacionados no sul do Líbano, estão a observar a fronteira.
Israel tem utilizado máquinas de terraplanagem para construir um muro maciço ao longo da sua fronteira norte, justificando que a barreira é necessária para proteger os civis dos ataques do Hezbollah.
A existência dos túneis não surpreendeu Israel. Conricus disse que o Hezbollah tem desenvolvido um plano ofensivo contra Israel que procura "transferir o campo de batalha para Israel".
De acordo com os militares israelitas, o grupo recorre a unidades de fogo e terra e "o elemento surpresa desse plano seria construir túneis para permitir a infiltração em Israel".
Israel e o Hezbollah travaram uma guerra de um mês em 2006 que terminou num impasse.
A fronteira de Israel com o Líbano tem permanecido relativamente calma, mas Israel continuou a identificar como ameaça o grupo militante xiita e o seu esconderijo de armas com dezenas de milhares de foguetes.
A operação israelita começou horas depois de o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, ter feito uma rápida viagem a Bruxelas para se encontrar com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, no qual os dois discutiram "maneiras de conter a agressão iraniana na região".
Israel há muito tempo que expressa preocupação com a crescente presença militar do Irão ao longo de sua fronteira norte, alertando sobre um corredor iraniano que poderia ajudar na transferência de armas para o Hezbollah.
Israel tem-se abstido de participar na guerra civil na Síria, apesar de ter realizado dezenas de ataques aéreos contra o que Israel diz serem os carregamentos iranianos de armas avançadas destinadas ao Hezbollah.
A operação acontece semanas depois de Netanyahu ter enfrentado uma crise política na coligação governamental que lidera, criticado por ter determinado um cessar-fogo com opositores na Faixa de Gaza.
Embora a sua atenção tenha sido desviada para protestos violentos ao longo da fronteira com Gaza nos últimos meses, as principais preocupações de segurança de Israel estão a norte, ao longo da fronteira com o Líbano.
As autoridades israelitas há muito que alertam para a ameaça que representam os governantes do Hamas com um mini-exército fortemente armado com valiosa experiência de combate e um arsenal de cerca de 150.000 foguetes que podem atingir quase todas as partes de Israel.
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