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As provas das mortes de civis no Iémen causadas por bombas feitas nos EUA

Não é novidade que as bombas lançadas pela coligação liderada pela Arábia Saudita são fabricadas pelo Tio Sam. No entanto, o grupo de direitos humanos Mwatana tem documentos que mostram que as bombas norte-americanas estão envolvidas numa série de ataques a alvos civis desde 2015, quando começou a guerra civil no Iémen.

As provas das mortes de civis no Iémen causadas por bombas feitas nos EUA
Notícias ao Minuto

10:20 - 18/09/18 por Fábio Nunes

Mundo Mwatana

No mês passado, a CNN já tinha avançado com uma investigação que comprovou que foi uma bomba produzida nos Estados Unidos e vendida à Arábia Saudita que provocou a morte de 40 crianças no Iémen. Agora a estação televisiva norte-americana teve acesso exclusivo a documentos que mostram fragmentos de bombas 'made in USA' usadas pela coligação liderada pela Arábia Saudita numa série de ataques desde o início do conflito no Iémen

Os documentos foram fornecidos à CNN pelo Mwatana, um grupo de direitos humanos independente sediado no Iémen. Em cada um dos casos apresentados pelo Mwatana, as bombas norte-americanas mataram ou colocaram em risco civis. 

Membros deste grupo de direitos humanos fotografaram as provas nos locais dos ataques aéreos. No seguimento da sua própria investigação, a CNN comprovou que cada um destes ataques aéreos está ligado a fabricantes de armas norte-americanos, com destaque para a Raytheon. 

É sabido que Washington vende armas a Riade mas estas provas dão uma perspetiva mais concreta do envolvimento dos Estados Unidos neste conflito, no qual a coligação liderada pelos sauditas enfrenta os rebeldes Huthis, a troco de um negócio de milhares de milhões de dólares. 

A presidente do Mwatana, Radhya al-Mutawakel, disse que os Estados Unidos carregam "uma responsabilidade legal e moral de vender armas à coligação liderada pela Arábia Saudita. (...) Civis iemenitas morrem todos os dias por causa desta guerra e vocês (EUA) alimentam-na. Por isso parem de alimentar esta guerra. É uma vergonha que interesses financeiros valham mais que o sangue de pessoas inocentes". 

A porta-voz do Pentágono, a comandante Rebecca Rebarich, afirmou à CNN que as "decisões finais na conduta das operações desta campanha são feitas pela coligação liderada pela Arábia Saudita, não pelos Estados Unidos". 

De acordo com um relatório divulgado pela ONU no final do mês passado, entre março de 2015 e 23 de agosto deste ano morreram 6,660 civis vítimas da guerra civil no Iémen, registando-se ainda 10, 563 feridos. No entanto, o relatório das Nações Unidas realçou que os números deviam ser "significativamente maiores". 

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