Amnistia denuncia tratamento abusivo em prisões no Sudão do Sul
Centenas de pessoas detidas no Sudão do Sul sofreram tratamento abusivo, tortura e até morte às mãos das autoridades desde o início da guerra civil no final de 2013, denunciou hoje a organização não-governamental Amnistia Internacional (AI).
© Reuters
Mundo Guerra civil
Num relatório divulgado hoje, a AI refere que pelo menos 20 pessoas morreram na prisão entre fevereiro de 2014 e dezembro de 2016 e quatro morreram no ano passado devido a condições adversas e cuidados médicos desadequados.
A Amnistia Internacional mencionou que centenas de pessoas foram sujeitas a detenções arbitrárias e prolongadas, sem acusação, pelo Serviço de Segurança Nacional do país e pela Diretoria de Informação Militar.
"É extremamente inconcebível que as autoridades do Sudão do Sul prendam, torturem e maltratem as pessoas em total desrespeito pelos seus direitos humanos", salientou Seif Magango, diretor adjunto da Amnistia Internacional para a África Oriental.
Seif Magango apelou ao Governo do Sudão do Sul para "pôr fim a essas detenções arbitrárias, libertando imediatamente os detidos ou acusando-os de ofensas reconhecidas internacionalmente", sublinhando que "também deve responsabilizar todos os suspeitos por essas graves violações dos direitos humanos e mortes em detenção".
O Governo do país considerou que este relatório da Amnistia é "lixo" e que se baseou em informações imprecisas da comunicação social.
O relatório da AI, sustentado com entrevistas a vítimas e testemunhas, refere que supostos apoiantes da oposição armada estão a ser cada vez mais visados.
Em declarações à Amnistia Internacional, antigos detidos disseram que foram obrigados a beber água da casa de banho e defecar e urinar na frente um do outro.
Os ex-detidos referem ainda que raramente eram autorizados a sair das suas celas e que alguns detidos eram alimentados apenas uma vez por dia e em casos mais extremos, só algumas vezes por semana.
Em março de 2017, o Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, prometeu libertar presos políticos, tendo 30 sido libertados em agosto do mesmo ano.
Mais tarde, em dezembro de 2017, Salva Kiir reiterou a sua intenção de libertar os presos políticos, durante a assinatura do Acordo de Cessação de Hostilidades, e, em junho de 2018, ao assinar a Declaração de Acordo de Cartum entre Partes do Conflito do Sudão do Sul.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com