Chefs Portugueses cozinham bacalhau para pescadores noruegueses
Três chefs portugueses prepararam, ontem à noite, um jantar para cerca de 30 pescadores noruegueses de Bacalhau. Hélio Loureiro, Luis Moleiro e Bernardo Calvo foram para uma cozinha comunitária em Torsvåg - uma ilha remota norueguesa quase no Pólo Norte onde decorre a faina da pesca do Bacalhau de fevereiro a abril, e prepararam Bolinhos de Bacalhau com arroz carolino caldoso com tomate e coentros frescos, Bacalhau à Brás e arroz doce com frutos silvestres.
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Lifestyle Gastronomia
Os pescadores puderam, assim, provar o bacalhau que pescam cozinhado à maneira portuguesa, depois de seco, salgado e demolhado, dado que na Noruega o Bacalhau não se come da mesma maneira.
Durante a viagem à Noruega, que termina amanhã, os chefs portugueses têm ainda oportunidade de irem à pesca do bacalhau e conhecerem melhor um processo que só dura algumas por ano. Irão também ter um workshop com o chef de um dos melhores restaurantes noruegueses (Restaurante Smak, em Tromsø) e falar com um cientista da área das pescas e sustentabilidade que pode explicar a realidade dos stocks de Bacalhau e o impacto das mudanças climáticas nesta espécie que tem tanta importância para Portugal.
Esta viagem foi um prémio para os vencedores da 14ª edição da 'Revolta do Bacalhau', que decorreu no final de 2018, por iniciativa do NSC - Conselho Norueguês da Pesca e do Recheio Cash&Carry. O juri do concurso foi liderado pelo Chef Hélio Loureiro, Luís Moleiro (chef no Altis Belém Hotel & Spa) foi o vencedor da Categoria de Receitas Para Profissionais e a categoria de Receitas de Estudantes foi ganha por Bernardo Calvo. Este concurso tem por principal objetivo desafiar a imaginação e a criatividade dos profissionais de cozinha, estudantes e restaurantes portugueses para criarem novas receitas que tenham como protagonista o Bacalhau Salgado Seco da Noruega. O concurso foi concebido numa altura em que se verificava uma diminuição da utilização do bacalhau nas cozinhas profissionais portuguesas e, após 14 anos de existência do concurso, regista-se um incremento da existência de bacalhau nos menús da restauração portuguesa e uma maior utilização deste ingrediente por parte dos jovens chefs – um público-alvo deste concurso e a quem se dirige grande parte das ações.
O mercado português é o que mais consome bacalhau salgado no mundo, um consumo correspondente a 20% de todo o bacalhau capturado a nível mundial. Este nível de consumo tem-se mantido razoavelmente estável ao longo dos anos, o que se deve à importância que este produto tem na cultura gastronómica nacional mas também por razões de racionalidade ao nível da economia doméstica: quando comparado com outro pescado, nomeadamente o que é adquirido fresco, o rendimento do bacalhau é muito superior uma vez que o aproveitamento do que se compra é praticamente total e, depois de demolhado, o produto aumenta cerca de 30%. Visto que um dos produtos que tem mais peso nas exportações da balança comercial da Noruega é o bacalhau, é incontornável a aposta em ações que dinamizem o produto e assegurem a continuidade do consumo por parte dos portugueses. Portugal é, sem dúvida, um mercado-chave para a Noruega.
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