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2018: Jogo em Macau vai manter linha de crescimento

Os casinos de Macau seguem "um caminho de recuperação natural", e devem ter pela frente mais um ano de crescimento, a manter-se o atual panorama económico na China, o seu principal mercado, consideram analistas contactados pela agência Lusa.

2018: Jogo em Macau vai manter linha de crescimento
Notícias ao Minuto

11:37 - 29/12/17 por Lusa

Economia Casino

Com 243.043 milhões de patacas (25.347 milhões de euros) de receitas brutas no acumulado de janeiro a novembro, mais 19,5 % do que nos primeiros 11 meses do ano passado, os casinos do antigo enclave português vão em 2017 conseguir, pela primeira vez em três anos, virar a agulha para o crescimento.

Em 2013 os empreendimentos de jogo de Macau atingiram o recorde de receitas de 361.866 milhões de patacas (ou 33.284,5 milhões de euros ao câmbio da altura), mas no ano seguinte iniciaram um ciclo de 26 meses consecutivos de descida, que analistas atribuem ao combate à corrupção levado a cabo pelo atual líder chinês, Xi Jinping, e ao maior controlo da saída de capitais.

O ciclo negativo foi quebrado em agosto de 2016, com os primeiros sinais de crescimento, uma tendência que se manteve ininterrupta e que se espera que continue em 2018.

A indústria de jogo de Macau "segue um caminho de recuperação natural depois do forte castigo que lhe foi imposto. O objetivo não era destruir a indústria, mas discipliná-la, se assim se pode dizer", disse à agência Lusa o economista português José Isaac Duarte.

"Os operadores vão procurar consolidar a recuperação iniciada com a prudência que a experiência recente lhes tenha incutido, num ambiente de concorrência acrescida e sob observação política mais próxima", estimou.

Já o analista Grant Govertsen, da Union Gaming, apontou para uma subida das receitas em 2018 na ordem dos 15%, com base num crescimento de cerca de 20% do mercado VIP (dos grandes apostadores) e 10% ou 11% no mercado de massas.

"O mercado VIP é um negócio gerado pelos 'junkets' (angariadores dos grandes apostadores), por isso será uma continuação de um maior número de clientes e de um maior gasto por cliente. E penso que o mercado de massas vai ter uma dinâmica semelhante, embora muito mais impulsionada por clientes com mais qualidade", afirmou.

Grant Govertsen justificou esta potencial subida no número de clientes: "Parte é atribuível ao aumento das infraestruturas e ao lado da China na equação, nomeadamente no transporte ferroviário e aéreo, mas também ao marketing genérico feito em nome das empresas dos casinos, por fazerem um muito melhor trabalho do que fizeram nos anos passados".

"Vai levar muito mais anos até se voltar ao pico de receitas a que assistimos em 2014, contudo, é possível que os casinos regressem a um pico de rentabilidade antes de isso acontecer, provavelmente por volta de 2019", indicou o analista de jogo, há vários anos radicado em Macau.

Na base das previsões de Govertsen está "um mercado de massas mais forte ao longo dos últimos anos, o qual é um negócio muito mais rentável do que o VIP".

Em 2018 parece não haver novas ameaças à vista para os casinos de Macau, a única região da China onde o jogo em casino é legal.

José Isaac Duarte observou que as preocupações com a competição regional ou com eventuais restrições das autoridades chinesas sobre a saída de fluxos ou o branqueamento de capitais "são uma constante e fazem parte do ambiente operacional dos casinos de Macau, que nalguns casos jogam, por assim dizer, em várias jurisdições".

Assim, estimou que "salvo uma transformação radical das políticas da China, Macau continuará a beneficiar de vantagens exclusivas, de proximidade e suporte político, não reprodutíveis noutras jurisdições".

Também para Grant Govertsen o fator decisivo "é a economia na China, atendendo ao quão dependente é a indústria do jogo de Macau dos clientes chineses".

"Penso que é mesmo uma questão económica, mais do que qualquer outra coisa", concluiu.

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