A chegada oficial da Web Summit a Portugal no final do ano passado parece ter dado um impulso muito significativo ao investimento externo em terras lusas, o que se juntou ao aumento da credibilidade externa conseguido graças ao cumprimento das metas económicas e financeiras assumidas no Orçamento do Estado, e criou um contexto como nunca se tinha visto em Portugal. 

Os investidores estrangeiros parecem estar eufóricos com o potencial de Portugal e os eventos e encontros em território nacional sucedem-se. Esta semana, é a vez de centenas de investidores estrangeiros e nacionais reunirem no Hotel Cascais Miragem, no Horasis Global Meeting. 

O Governo português também se fez representar por várias figuras de destaque, como o Primeiro-ministro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e o Ministro da Economia, entre outros. Apesar da ocupada agenda, Manuel Caldeira Cabral dispensou alguns minutos para conversar com o Economia ao Minuto sobre o evento em Cascais, a importância deste tipo de conferências e a situação atual de Portugal: 

Qual é a importância deste tipo de eventos para mostrar Portugal aos investidores? 

Eu penso que são eventos muito importantes, porque trazem um conjunto amplo de investidores a Portugal e permitem-nos passar a mensagem de abertura, mostrar os nossos fatores de competitividade e as políticas que estamos a desenvolver. Penso que o mais importante é, ainda assim, que os investidores vejam o país; quando os investidores veem o país, apercebem-se do potencial. Trazer os investidores a Portugal continua a ser o mais difícil, porque depois de os trazermos cá, todos percebem a qualidade das nossas instituições, a qualidade do nosso talento humano, dos nossos jovens qualificados, a qualidade das infraestruturas, a qualidade do funcionamento do país e também a segurança com que aqui podem estar. Depois de dar esse primeiro passo de os trazer cá, é muito mais fácil convencê-los a investir ou a viver em Portugal. 

Desde o primeiro grande evento em Portugal no ano passado, a Web Summit, já se notam os efeitos destes encontros na economia? 

Penso que houve vários efeitos bem visíveis. Tivemos, por exemplo, a incubadora britânica Second Home a abrir uma delegação em Lisboa, uma segunda Second Home (risos) que trouxe um novo conjunto de empresas destacadas para Portugal; temos também um conjunto de outras empresas que estão a instalar-se cá, como a Uniplaces que já criou 200 postos de trabalho, a Mercedes que abriu um centro digital; e temos também várias empresas que estavam com um pé e Portugal e outro lá fora, e que agora reforçaram a presença cá: a Blip, por exemplo, criou 400 postos de trabalho e todos altamente qualificados. Todos estes exemplos estão projetar uma imagem bastante mais positiva de Portugal. 

Está satisfeito com a imagem que Portugal está a passar? 

Neste momento temos bons números para apresentar: Saímos do Procedimento por Défices Excessivos, somos uma das economias que mais crescem na Europa, temos o segundo maior crescimento de emprego e por isso mesmo, é um bom momento para nos mostrarmos aos investidores como uma história de sucesso. Este sucesso deu muito trabalho e foram todos os portugueses, todas as empresas portuguesas que fizeram este sucesso. É muito bom que os investidores internacionais estejam cá neste momento para ver este Portugal que está a sair da crise, a sair do PDE, com as exportações a crescerem a 15%, o PIB a crescer a 2,8% e onde foram criados mais de 150 mil empregos. O que estamos a fazer é garantir que este crescimento se mantém ou se possível, cresce ainda mais.