Preocupação de portugueses sobre comércio online inferior à média na UE
O uso da Internet para atividades relacionadas com comércio e banca foi motivo de preocupação para 74% dos portugueses em 2019, abaixo da média europeia de 79%, indica um relatório sobre cibersegurança em Portugal divulgado hoje.
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Economia Relatório
O relatório do Observatório de Cibersegurança, do Centro Nacional de CiberSegurança (CNCS), regista uma tendência inversa quando se trata da preocupação com o uso indevido de dados pessoais a partir de atividades 'online', com 54% dos portugueses inquiridos a manifestarem-se preocupados, contra 46% da média europeia.
Relativamente a receios de não serem entregues produtos ou serviços comprados 'online', 20% dos portugueses inquiridos em 2019 manifestaram-se preocupados, contra uma média europeia de 22%.
De acordo com o relatório, o desfasamento entre Portugal e a média europeia é mais notório na questão do grau de informação sobre os riscos associados ao cibercrime, com apenas 2% dos portugueses a considerarem-se informados, enquanto a média europeia é de 11%.
Os portugueses que se afirmaram bem informados sobre os riscos de cibercrime foram maioritariamente "homens, jovens e pessoas com mais estudos".
Os dados citados pelo relatório do CNCS sobre as atitudes dos cidadãos perante a atividade 'online' resultam de um eurobarómetro realizado pela Marktest a partir de entrevistas presenciais, realizadas entre 08 de outubro e 21 de outubro de 2019, a um universo de 1.007 cidadãos portugueses com mais de 15 anos de idade, enquanto os valores médios da União Europeia foram compilados pelo Eurostat.
Sobre a perceção das pessoas da capacidade de se protegerem contra o cibercrime, o relatório regista que em 2019 dos portugueses inquiridos 45% consideravam ser capazes de se protegerem, contra 52% da média europeia.
A preocupação com a possibilidade de ser vítima de cibercrime, nomeadamente roubo de identidade, foi reconhecida por 77% dos portugueses inquiridos, face a 66% na média europeia.
Em Portugal, 18% dos inquiridos declararam ter conhecimento dos meios através dos quais reportar um cibercrime ou outros comportamentos ilegais 'online', contra 22% da média europeia, tendo a totalidade dessa faria dos inquiridos portugueses referido o contacto com a polícia.
O relatório do CNCS apresenta indicadores sobre o fator humano ligado à cibersegurança, nomeadamente as atitudes, os comportamentos e a educação e sensibilização das pessoas e das organizações e conclui que as pessoas e as organizações em Portugal "não têm ainda os níveis de atitudes e comportamentos suficientemente adequados para a melhor proteção possível contra as ameaças do ciberespaço, comparativamente à média da UE".
Não obstante, ressalva o relatório os dados "absolutos e as tendências anuais são, em parte, positivos".
As conclusões do relatório permitem, segundo o CNCS, "ajudar a melhorar os conteúdos e as estratégias de educação e sensibilização, no ensino formal e informal" e a "operacionalização do Quadro Nacional de Referência para a Cibersegurança e do Roteiro para Capacidades Mínimas de Cibersegurança", documentos do Centro Nacional de Cibersegurança.
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