Villeroy de Galhau interveio numa mesa redonda sobre a "centralização" destas entidades juntamente com o homólogo do Banco da Holanda, Klaus Knott, e a professora de Harvard Carmen Reinhart.
As baixas taxas de crescimento provocaram um certo ceticismo sobre a capacidade dos bancos centrais de dinamizar a economia, mas o certo é que as entidades financeiras dependem demasiadamente destas instituições, considerou Galhau.
Galhau foi mais longe na crítica às entidades financeiras, muitas das quais não gostam de taxas de juro extremamente baixas, ao afirmar que terão que reconhecer que os juros negativos "chegaram para ficar e durante algum tempo" devido às baixas taxas de crescimento.
É certo que o Banco Central Europeu (BCE) deveria tratar de mitigar os efeitos secundários deste clima de juros negativos, sublinhou Galhau.
O homólogo holandês, Klaus Knott, preferiu sublinhar o papel desempenhado pelos bancos centrais durante e depois da crise financeira de 2007, que considerou um "êxito enorme", apesar de admitir que não conseguiram recuperar as taxas de crescimento para o nível das anteriores à crise.
Mas os bancos centrais conseguiram que não se reproduzisse a instabilidade daqueles anos e ainda conseguiram manter a taxa de inflação abaixo de 2%, adiantou.
A professora de Harvard Carmen Reinhart sublinhou que nos anos posteriores à crise se viveram etapas de deflação - queda prolongada dos preços - que considerou uma consequência inesperada das medidas adotadas pelo BCE.