"Gases com efeito de estufa aumentarão pois procura de energia não para"
O especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos afirmou hoje em Lisboa que as emissões de gases com efeito de estufa vão continuar a aumentar porque as energias renováveis ainda não conseguem compensar a procura global de energia.
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Economia Especialista
"O mundo esteve muito entusiasmado de 2014 a 2016 porque as emissões globais de dióxido de carbono estabilizaram", assinalou o presidente da Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS), que apresentou hoje o seu parecer sobre do Plano de Energia e Clima (PNEC) 2030 do governo, que está em apreciação.
Em 2017 e 2018, contudo, as emissões voltaram a aumentar e atingiram um máximo de 37 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono emitidas para a atmosfera em todo o mundo.
"Continuam a crescer porque a procura de energia é enorme" num mundo em que aumentam as condições para o bem-estar porque a população continua a crescer globalmente e "é uma procura que não é satisfeita pelo crescimento das energias renováveis", afirmou.
Enquanto for rentável investir em produção de energia a partir de fontes fósseis, o problema não será resolvido, alertou, reiterando que os países têm que se comprometer a "descer acentuadamente" as suas emissões de dióxido de carbono e outros gases com efeito de estufa.
Na abertura da conferência organizada pelo CNADS sobre a transição energética para o uso predominante de energia elétrica, incluindo nos transportes e mobilidade e para a produção de energia a partir de fontes renováveis, o secretário de Estado adjunto e da Mobilidade, José Mendes destacou que "todos estão de acordo" nas metas a longo prazo mas o mais difícil é "o dia de amanhã" quando é exigida qualquer alteração de comportamentos.
"Para esta década, o PNEC quer escalar a ambição", afirmou, apontando metas como a utilização de 47% de fontes renováveis na produção de energia até 2030 e assinalando que "a energia solar tem que entrar em força" para permitir chegar a essa meta.
José Mendes destacou a importância de "encontrar suporte público" para "as alterações que têm que ser feitas hoje", que implicam mudar comportamentos para permitir "descarbonizar" a economia.
No seu parecer sobre o plano, o CNADS afirma que o Plano Nacional Integrado de Energia e Clima é "excessivamente otimista", definindo metas "teórica e tecnologicamente atingíveis", que não se sabe ainda se serão cumpridas.
O organismo aponta "um razoável grau de indefinição" quanto à "capacidade de execução" no plano até 2030, considerando que parte também de uma avaliação otimista da situação atual no que toca à descarbonização da economia e a eficiência ambiental.
O CNADS recomenda que se "amplie a reflexão" sobre o plano, cuja versão definitiva ainda não é conhecida, e recomenda medidas como "um tipo novo" de governança para ser cumprido, sem o que "não poderá funcionar com eficiência".
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