Foi no passado dia 17 de setembro que Portugal se sagrou vice-campeão europeu de ténis de mesa. Em entrevista ao Desporto ao Minuto, Tiago Apolónia, um dos mesa-tenistas medalhados, mostrou-se bastante orgulhoso pela conquista, ainda que não tenha conseguido repetir o fantástico feito de 2014, quando a seleção nacional se sagrou campeã europeia.

Apolónia, número 39 do mundo que atualmente joga no FC Saarbrücken da Alemanha, está confiante em bons resultados da seleção portuguesa no futuro e aproveitou também para ‘reclamar’ mais destaque para as modalidades em Portugal.

Apesar de a Alemanha ser uma das seleções mais fortes do mundo, ficou um amargo por saírem derrotados, uma vez que em 2014 conseguiram sair vencedores e conquistar o Europeu?

Logo após o jogo, claro que não estávamos contentes por não conseguir mais uma vez derrotar a poderosa Alemanha. Mas analisando friamente, foi mais uma grande prestação e mais uma fantástica medalha para Portugal. Só se chega a uma final europeia com muito trabalho, dedicação e grande espírito de grupo durante toda a prova.

Depois de se sagrarem vice-campeões europeus, o que se pode esperar de Portugal nos Mundiais do próximo ano?

Como sempre, vamos dar o nosso melhor. Até lá, ainda temos muitas provas importantes onde igualmente queremos provar o nosso valor. O mais importante é continuar a trabalhar como temos vindo a fazer até aqui, ou seja, com o intuito de melhorar dia após dia para que, quando chegam as grandes competições, possamos estar ao nosso melhor nível.

Tiago Apolónia nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro

Achas que Portugal vai ter uma palavra a dizer no que diz respeito à conquista de medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020?

Ainda falta algum tempo para os Jogos. Até lá ainda temos muitas provas importantes onde queremos dignificar o nosso país da melhor maneira. Mas sim, tenho esperança e confiança que a nossa equipa possa fazer um grande resultado em Tóquio.

No início do ano disseste-nos que, a Portugal, faltava “cultura desportiva”. Continuas a defender essa opinião?

Respondo com uma simples pergunta. Em 10/11 milhões de portugueses, que percentagem sabe que Portugal foi recentemente vice-Campeão europeu de Ténis de Mesa?

É um sinal claro de que a importância dada às modalidades ainda é muito reduzida no nosso país?

Sim, claramente.

De alguma forma sentes-te injustiçado por se sagrarem vice-campeões da Europa e isso ser muito pouco (ou nada) destacado nas capas dos jornais?

Já me ‘preocupei’ mais com isso. É óbvio que represento Portugal e tento-o fazer da melhor maneira possível sempre, e portanto seria gratificante sentir esse reconhecimento.

Portugal sagrou-se campeão europeu de ténis de mesa em 2014

Neste momento és o número 39 do mundo. A nível individual, o que é que ainda procuras alcançar ou conquistar?

O mais importante é continuar a contribuir com bons resultados quer a nível de clube na Bundesliga, como internacionalmente por Portugal. O ranking irá naturalmente refletir as minhas prestações e espero regressar ao 'top20' Mundial.

E o ‘teu’ Benfica… Como tens visto este momento menos positivo?

Todos os atletas, todas as equipas de qualquer modalidade, têm fases boas e fases menos boas. É absolutamente natural. O importante é ter uma boa capacidade de reação aos momentos menos bons.