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"Queremos voltar a Portugal com o título de campeão mundial em hóquei"

João Rodrigues, o entrevistado de hoje do Desporto Ao Minuto, falou sobre a evolução do hóquei em patins em Portugal. Abordou o triunfo no Europeu de 2016 e deu o 'stick' de saída para o Mundial, que começa no domingo e se prolonga até dia 9 deste mês

"Queremos voltar a Portugal com o título de campeão mundial em hóquei"
Notícias ao Minuto

08:08 - 01/09/17 por Luís Moreira c/ Carlos Fernandes

Desporto João Rodrigues

Em 2016, Portugal conquistou o Europeu em hóquei em patins - um troféu que fugia à equipa das quinas há já 18 anos - e, este domingo, a seleção prepara-se para disputar mais um Mundial. Desta vez a confiança está em alta e os 'guerreiros lusitanos' procuram repetir a dose. 

Quem o diz é João Rodrigues, atleta do Benfica e internacional por Portugal, ao Desporto ao Minuto. Recorrendo à experiência que soma na na modalidade, o jogador relembrou o mítico 16 de julho de 2016 - altura em que levantou o tão desejado 'caneco' Europeu - e lançou as hostes para o Mundial que se inicia hoje.

No entanto, pelo meio da conversa, o futuro da modalidade foi um dos temas que mereceu mais atenção por parte de João Rodrigues.

Passado um ano desde a conquista europeia, qual foi o momento que ainda o marca mais dessa prova?

Quando chegou o apito final e vi consumada a vitória por que tanto trabalhámos... foi simplesmente único, mas houve outros durante a final. O facto de termos estado a perder 0-2 ao intervalo e, nesse período, a palestra do nosso selecionador foi muito importante para conseguirmos dar a volta ao resultado. Foi uma final com muitos momentos marcantes. Acho que vou ficar arrepiado com este momento até ao resto da minha vida, mas espero que não seja a última vez que levantei uma taça.

E qual foi a equipa mais complicada que apanharam pelo caminho?

As tradicionais Espanha e Itália, foram aquelas que nos causaram mais dificuldades, apesar dos resultados diante de ambas as seleções terem sido bastante dilatados – na final, foi 6-2 frente à Itália e na fase de grupos vencemos a Espanha por 5-1. Estes resultados mostraram que fizemos uma grande prestação em todo o Europeu. Fizemos uma boa prestação, bons resultados e, no final, final conseguimos uma grande vitória.

Qual foi a receita para o êxito da equipa das quinas?

Este resultado não surgiu do acaso, vem de um extenso trabalho que tem vindo a ser feito. A seleção nacional tem apostado numa geração que tem vindo a jogar junta há algum tempo, que se conhece bem, e penso que Portugal pode colher frutos daqui a uns anos. Há qualidade nos nossos escalões de formação. Para além disso, é sempre importante haver bom ambiente entre um treinador e os seus jogadores, e acho que, no Europeu, houve uma relação de família entre todos – o que foi um passo importante para o nosso triunfo na competição.

O que diferiu entre Portugal e as outras seleções presentes na competição?

As outras seleções que não ganharam estiveram perto de o fazerem, portanto é muito difícil fazer essas comparações. No desporto, o sucesso e o insucesso estão separados uma linha muito ténue. Muitas das vezes o trabalho até foi bem feito, mas os jogos decidem-se por detalhes e com um pouco de sorte.

Nós acreditamos que podemos ser campeões do mundo, sem dúvida algumaDepois do Europeu, a seleção sonha com outros 'voos'?

Todos nós que estivemos presentes na final tínhamos o desejo muito grande em querer levantar a taça e conseguimos, mas não podemos festejar esse momento para sempre. A seleção já está a pensar na próxima competição, porque nós alimentamo-nos é de vitórias e não do passado.

Agora que Portugal está num bom momento de forma, considera que existe probabilidade de vencer o Mundial?

Nós acreditamos que podemos ser campeões do Mundo, sem dúvida alguma. Estamos a trabalhar para isso, sabemos das dificuldades que iremos encontrar pelo caminho, mas vamos lutar pela conquista. Portugal é um crónico candidato ao título – pelo que fez ao longo da sua história – mas não ganha há muito anos e nós estamos prontos para ‘matar o borrego’. Queremos voltar a Portugal com o título de campeão mundial.

Há uma nova geração de jogadores muito boa, jovens com o trabalho bem feito e com a cabeça no lugar, que poderão vir a tornar Portugal hegemónicoAs novas gerações que começam a surgir serão capazes de dar continuidade às recentes conquistas?

Só o futuro dirá, mas é preciso referir que está a ser feito um bom trabalho. Há uma nova geração de jogadores muito boa, jovens com o trabalho bem feito e com a cabeça no lugar, que poderão vir a tornar Portugal hegemónico, como foi no passado.

Nos últimos anos, a formação lusitana têm ganho inúmeros títulos a nível internacional. Porque é que só no ano passado conquistamos um troféu de grande envergadura no principal escalão?

A verdade é que tem havido, porque essas gerações mais jovens que ganharam continuamente estão agora a aparecer na seleção principal. Por exemplo, na conquista do europeu do ano passado, a equipa era muito jovem e já estava habituada a ganhar na seleção. Os escalões de sub-17 e sub-20 começaram a ganhar em 2008/2009 de forma continua e esses jogadores têm agora 26/25 anos e estão na seleção A. É um trabalho a médio/longo prazo, não é algo que aparece assim do nada e acho que Portugal está agora a mostrar o seu valor.

Acreditando que a formação tem potencial para singrar, é necessário fazer alguma mudança na seleção em si?

Eu não estou por dentro da Federação, mas considero que o que está a ser feito na direção técnica nacional tem sido bastante positivo, têm apresentado um projeto bastante interessante e os resultados têm aparecido. Acredito mesmo que o trabalho na modalidade está a ser muito bem feito.

Infelizmente, durante muitos anos a modalidade tem estado esquecidaMudando agora o foco, considera que as boas prestações de Portugal nas grandes competições tem reaproximando os portugueses da modalidade?

Não tenho qualquer dúvida de que a vitória no Europeu ajudou a reaproximar os portugueses da modalidade. O hóquei é um desporto muito português… faz parte da nossa cultura, mas infelizmente durante muitos anos a modalidade tem estado esquecida. Apesar dos portugueses estarem mais atentos ao hóquei, há ainda muito trabalho pela frente que precisa de ser feito, não basta esperar pelas vitórias, tem de haver um trabalho dos dirigentes e dos jogadores. Acredito que não há um desporto mais apaixonante do que o hóquei em patins e precisa mesmo merecia mais visibilidade.

E o investimento que os clubes portugueses têm feito também tem ajudado?

Sem dúvida, o investimento que têm sido feito na modalidade – não só os três grandes mas também o Oliveirense – tem trazido para o território nacional jogadores com muita experiência para a Liga, o que obriga os atletas portugueses a terem que evoluir mais rápido e tornando assim o jogo em si mais competitivo para o espectador. Há aqui um conjunto de fatores que têm elevado a modalidade: Os clubes têm investido mais no hóquei em patins e a direção técnica nacional tem demonstrado muita qualidade.

Em última instância, o que mudou no hóquei em patins desde que começou até ao dias de hoje?

Honestamente não mudou muito. Há muitas coisas que podiam melhorar, mas precisava de fazer aqui uma dissertação sobre o tema (risos). O hóquei em patins é um produto rentável, que podia ir mais além. No entanto, acredito que com as pessoas certas nos lugares certos as coisas podem andar para a frente

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