Yacine Brahimi concedeu uma extensa entrevista à edição deste sábado do jornal O Jogo, na qual explicou os motivos que o levaram a abandonar o FC Porto, no verão de 2019, a 'custo zero', para seguir viagem rumo ao Qatar, onde representou, primeiro, o Al-Rayyan, e, atualmente, o Al-Gharafa, conjunto orientado pelo treinador português Pedro Martins.
"Estou muito feliz, não foi fácil sair do FC Porto, pela grandeza do clube e os anos. Mas, em poucos meses, no Qatar, já me sentia contente. A verdade é que esta Liga tem crescido muito, cada época melhora o nível de jogadores, de estruturas e profissionalismo. Estou a tentar fazer a minha parte, dando o melhor de mim também com essa atração da Liga dos Campeões Asiática. Estou contente de jogar aqui, levo uma vida maravilhosa, também para as minhas crianças e mulher. Mas trabalho duro para estar mais perto do máximo nível", afirmou.
"A minha decisão de trocar a Europa pelo Qatar foi mais de homem do que de jogador. Não contou tanto o futebol, fui mais ao encontro da vida que precisava, de alguns aspetos culturais que queria cuidar para a minha família. Mas sou muito competitivo e espero os maiores desafios. Durante estes anos, primeiro, no Al Rayyan, agora, no Al-Gharafa, tive ofertas, mas respeitei os meus contratos. Estou bem aqui, sou bem tratado, estou muito confortável com a minha família. Nunca pensei em sair", acrescentou.
"Devíamos ter ganho mais títulos"
O internacional argelino alinhou de dragão durante cinco anos, somando 54 golos e 34 assistências ao cabo de 215 partidas oficiais. Pelo meio, conquistou um título de campeão nacional, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira, um registo que, confessa o próprio, lhe sabe a pouco.
"Com os jogadores que tínhamos, o grupo envolvido, pelo que jogávamos, devíamos ter ganho mais títulos. Tenho esse sabor amargo de ter conquistado só um campeonato. Mas aprendi muito, vivi por dentro um dos melhores clubes do mundo, tanto pelos jogadores, como estrutura e ainda pelo profissionalismo. Era tudo de máximo nível", referiu.
"Foram cinco anos fantásticos para mim, como homem também. Mas ficou mal ganhar só uma Liga, é uma tristeza que ficou e sempre me custa quando perguntam por isso. Devíamos ter ganho muito mais do que um campeonato, uma Taça e uma Supertaça. De resto, foi tudo positivo. Desejo o maior sucesso ao FC Porto", acrescentou.
O avançado de 35 anos de idade assegura, ainda assim, que continua a seguir a formação azul e branca, a par e passo: "O FC Porto é, sinceramente, o clube que me ficou no coração, o mesmo se passa com a cidade e os adeptos. Foram cinco anos memoráveis. Claro que, quando não ganham, e os anos recentes não têm sido fáceis, dói um pouco".
"Estou seguro de que vai voltar aos seus melhores anos, ao seu melhor nível e vencer muitos títulos. O FC Porto é um clube assim! Mas sabemos que existem tempos mais difíceis, períodos de mudança. Em breve, os portistas vão ver a sua equipa ganhar tudo", rematou.
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