O Cruzeiro, equipa orientada pelo treinador português Leonardo Jardim, voltou, na madrugada de segunda para terça-feira, a vacilar na luta pelo título de campeão brasileiro (que lhe escapa já desde 2014), ao não ter sido capaz de ir além de um empate a uma bola, na deslocação ao Estádio José Maria de Campos Maia, perante o Mirassol.
A formação de Belo Horizonte até entrou a 'todo o gás', no encontro de encerramento da 20.ª jornada do principal escalão do futebol brasileiro, de tal maneira que, aos cinco minutos, já se encontrava em vantagem, fruto de um remate certeiro da autoria de Kaio Jorge, a passe de Matheus Pereira, jogador que, em Portugal, representou Sporting e Desportivo de Chaves.
O golo dos homens da casa acabaria por surgir já aos 65 minutos... e que golo. Negueba, acabado de entrar para o lugar de Carlos Eduardo, recebeu um passe de Danielzinho, fletiu da ala esquerda do ataque para o centro e desferiu um fantástico remate, à entrada da grande área, que não deu qualquer hipótese de defesa ao guarda-redes adversário, Cássio.
O Cruzeiro permanece, desta maneira, em 'queda', visto que, nas cinco últimas jornadas do campeonato canarinho, somou duas derrotas (perante, Santos e Ceará, ambas por 1-2), dois empates (diante de Mirassol, a uma bola, e Corinthians, a 'zeros') e apenas uma vitória (sobre o Botafogo, por 0-2).
Um registo que o deixa com 38 pontos e o 'atira' para a terceira posição, agora, a cinco pontos do líder, o Flamengo (que tem menos um jogo disputado, e que, esta ronda, foi ao Estádio José Pinheiro Borda bater o Internacional, por 1-3), e a um do segundo, o Palmeiras (do também luso Abel Ferreira, que tem menos duas partidas realizadas, e que, na véspera, levou de vencida o Botafogo, no Estádio Olímpico Nilton Santos, por 0-1).
O Mirassol, por seu lado, passa a somar 29 pontos e ascende à quinta posição do Brasileirão, em igualdade com o São Paulo (de Cédric Soares, que, na presente jornada, foi suplente não utilizado no empate a duas bolas, diante do Sport, no Estádio Adelmar da Costa Carvalho) e o Botafogo.
"Não sabia que era permitido dar manchete de vólei"
Na conferência de imprensa que se seguiu ao apito final, Leonardo Jardim lamentou o resultado e apontou o dedo à equipa de arbitragem liderada por Bruno Arleu Araújo, que, na sua opinião, errou ao não assinalar uma grande penalidade, logo ao segundo minuto, devido a uma mão na bola de José Aldo.
"Primeiro, a bola toca na coxa e no braço. O penálti vem a seguir, porque não sabia que era permitido dar manchete de vólei na área. Essa é a situação, mas o que é que vou fazer", atirou o treinador português, em declarações reproduzidas pelo portal brasileiro Globoesporte.
"Ontem, vi uma expulsão de um jogador que abriu os braços e levou um cartão vermelho [Carlos Vinícius, antigo jogador do Benfica, na vitória do Grêmio sobre o Atlético Mineiro, por 1-3]. Hoje, vejo isto, e o árbitro não é chamado. O futebol brasileiro precisa de tomar medidas, porque as pessoas começam a desacreditar no VAR", prosseguiu.
"Até dou uma ideia... Os treinadores deveriam ter duas opções por cada parte, para pedir revisão do lance pelo árbitro. Às vezes, chamariam, outras, não. O primeiro toque na mão é casual, mas, no segundo, a bola vai ter com ele e ele dá uma manchete. Isso não é casual", rematou.
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