Dyego Sousa chegou em janeiro ao Benfica por empréstimo dos chineses do Shenzhen para colmatar a saída de Raul de Tomás, que libertou uma vaga no ataque, mas a verdade é que nunca se assumiu como uma alternativa válida para a frente de ataque dos encarnados.

O avançado naturalizado português, que tem contrato com o clube da Luz até dezembro deste ano, está numa seca goleadora que se prolonga desde setembro do ano passado, altura em que marcou diante do Shanghai Shenua o último golo até agora. Seguiu-se uma mudança para a Luz em janeiro deste ano, mas a situação não mudou e Dyego Sousa continua sem se estrear a marcar pelo Benfica. Ou seja, já se passaram mais de dez meses desde que o dianteiro celebrou o último golo.

Caso não marque na final da Taça de Portugal diante do FC Porto, que tem lugar no próximo dia 1 de agosto, o avançado luso-brasileiro arrisca-se a terminar a temporada sem um único golo marcado, algo que será inédito nas oito épocas que já cumpriu em Portugal, ainda que não de forma consecutiva. É que o luso-brasileiro até tem pontaria afinada no nosso país, e conta já com 70 golos marcados em todas as competições portuguesas - distribuídos pelas passagens por Leixões, Tondela, Portimonense, Marítimo e Sporting de Braga -, mas ainda não encontrou os caminhos para o golo ao serviço do Benfica.

Chegada em plena pré-época chinesa atrasou adaptação

Dyego Sousa chegou ao Benfica no último dia do mercado de transferências de inverno e quando assinou pelas águias estava em plena pré-época com o plantel do Shenzhen, facto que poderá ter atrasado a sua afirmação no clube da Luz, dados que se juntam ainda à falta de ritmo de jogo quando comparado com os restantes colegas de equipa. Prova disso é o facto de o luso-brasileiro ter realizado o primeiro jogo como titular apenas no final de fevereiro, contra o Shakhtar Donetsk, em casa, na segunda mão dos 16-avos-de-final da Liga Europa 

Desde que chegou a Lisboa, em final de janeiro, para representar os encarnados, o luso-brasileiro foi titular apenas duas vezes - diante do Shakhtar Donetsk a contar para a Liga Europa, mas também com o Rio Ave, em Vila do Conde, encontro no qual somou mais minutos pós retoma -, tendo quase sempre sido visto quer por Bruno Lage quer depois por Nélson Verríssimo como uma terceira alternativa a Carlos Vinícius e a Seferovic.

Para além disso, a paragem prolongada das competições, por força da pandemia de Covid-19, travou aquela que poderia ser uma evolução de Dyego Sousa, que praticamente não foi opção para Nélson Veríssimo neste mês de julho. O dianteiro soma pouco mais de 120 minutos de jogo desde a retoma das competições no início junho, o que diz bem da sua pouca influência no ataque dos encarnados.

Seis meses para convencer Jesus e ultrapassar concorrência

O avançado luso-brasileiro, que leva 284 minutos com a camisola do clube da Luz em doze jogos, dois a titular e dez como suplente utilizado, terá agora seis meses para convencer o Benfica, e sobretudo Jorge Jesus que será o timoneiro das águias na nova época.

É sabido que o treinador amadorense é adepto de um esquema tático assente no 4x4x2, o que pressupõe a utilização de dois jogadores na frente de ataque. Neste momento, o Benfica conta com quatro avançados (Seferovic, Carlos Vinícius, Dyego Sousa e Gonçalo Ramos), mas a imprensa desportiva tem dado conta de que o técnico pretende a chegada de um novo dianteiro para a próxima época, o que pode complicar a vida ao luso-brasileiro.