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É esta a despedida do ator com mais Óscares de Melhor Ator de sempre?

Daniel Day-Lewis anunciou que ‘A Linha Fantasma’, com o qual está esta noite de domingo nomeado como Melhor Ator, iria ser o seu último papel. O ator britânico é um dos profissionais mais respeitados do cinema, com um palmarés único na carreira. Este domingo será a sua despedida da 7.ª arte.

É esta a despedida do ator com mais Óscares de Melhor Ator de sempre?
Notícias ao Minuto

20:06 - 04/03/18 por Anabela de Sousa Dantas

Cultura Cerimónia

Foi em julho do ano passado que Daniel Day-Lewis fez saber que planeava deixar a representação após o término de ‘Phantom Thread’ (‘A Linha Fantasma’). “Daniel Day-Lewis não trabalhará mais como ator. Ele está imensamente agradecido a todos os seus colaboradores e ao público que teve ao longo de todos estes anos. Esta é uma decisão privada”, escrevia o comunicado oficial, revelado através da revista Variety.

“Antes de fazer o filme, não sabia que ia parar de interpretar”, disse, numa entrevista pouco depois do anúncio oficial à W Magazine, sublinhando que não sabe o que o levou a tomar a decisão, explicando apenas que “aconteceu durante a rodagem da história”. “Toda a minha vida andei a dizer que devia parar de interpretar, não sei porque foi diferente desta vez, mas o impulso para desistir tomou conta de mim, e tornou-se numa compulsão. Era algo que tinha que fazer”, indicou.

Day-Lewis é conhecido por ser um adepto do ‘method acting’, um método de interpretação que requer a entrega total do ator à personagem, com técnicas exigentes e rigorosas que vão desde o treino intensivo de profissões, habilidades ou línguas diferentes até à submissão total ao papel, ou seja, nunca sair da personagem, mesmo com a câmara desligada.

Para a preparação de ‘Phantom Thread’, recorde-se, a título de exemplo, o ator trabalhou no departamento de guarda-roupa do New York City Ballet e chegou mesmo a costurar um vestido Balenciaga.

Daniel Day-Lewis, de 60 anos de idade, é o único artista que ganhou três Óscares da Academia na categoria de Melhor Ator. Atrás de si estão oito atores com duas estatuetas na mesma categoria: Spencer Tracy, Marlon Brando, Gary Cooper, Fredic March, Tom Hanks, Dustin Hoffman, Jack Nicholson e Sean Penn.

Daniel Day-Lewis foi nomeado para o galardão de Melhor Ator seis vezes: ‘My Left Foot: The Story of Christy Brown’ (‘O Meu Pé Esquerdo’, 1989), ‘In The Name of the Father’ (‘Em Nome do Pai’, 1993), ‘Gangs of New York’ (‘Gangs de Nova Iorque’, 2002), ‘There Will Be Blood’ (‘Haverá Samgue’, 2007), ‘Lincoln’ (2012) e ‘Phantom Thread’.

Venceu com a sua primeira nomeação, no filme ‘O Meu Pé Esquerdo’, de Jim Sheridan, pela soberba interpretação de Daniel Plainview em ‘Haverá Sangue’, de Paul Thomas Anderson, e por fim por ‘Lincoln’, de Steven Spielberg. Este ano repete a nomeação também com um filme de Paul Thomas Anderson.

O ator britânico iniciou-se no cinema aos 14 anos de idade, em 1971 com ‘Sunday, Bloody Sunday', mas depois passou alguns anos no teatro, regressando apenas em 1982 com ‘Ghandi’. Começou a chamar verdadeiramente a atenção com ‘My Beautiful Laundrette’ (‘A Minha Bela Lavandaria’, 1985) e ‘A Room with a View’ (‘Quarto com Vista Sobre a Cidade’, 1985), filmes que se estrearam no mesmo dia em Nova Iorque.

A consagração como um dos melhores atores da sua geração chegou com as interpretações em ‘The Unbearable Lightness of Being’ (‘A Insustentável Leveza do Ser’, 1988) e ‘O Meu Pé Esquerdo’, papel que lhe conseguiu o seu primeiro Óscar.

É impossível nesta altura saber se a promessa é séria e se nunca mais veremos o inesquecível 'thespian' no grande ecrã (ou em qualquer ecrã), afinal, as decisões não são senão mutáveis. A confirmar-se, Hollywood e o mundo do cinema despede-se este domingo de um homem completamente devoto à profissão, de um ator exímio que elevou a própria categoria e que permanecerá sempre no palco dos imortais.

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