Agualusa agradece prémio com elogio à leitura como arma contra o ódio
O escritor angolano José Eduardo Agualusa, distinguido hoje com prémio literário internacional de Dublin, fez um discurso de agradecimento com um elogio às bibliotecas públicas e ao ato de ler, como atitude contra o ódio e a violência.
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José Eduardo Agualusa foi distinguido hoje na República da Irlanda com o prémio literário internacional de Dublin, pela tradução inglesa do romance "Teoria Geral do Esquecimento".
Depois de receber o galardão, no valor de 100 mil euros, José Eduardo Agualusa deu a palavra ao tradutor Daniel Hahn - com quem repartirá o prémio -, que leu o discurso de agradecimento do escritor em inglês.
No discurso, José Eduardo Agualusa fez referência às origens - "venho de um país saído de uma cruel guerra civil" - falou de ditadura e do medo "que tira a individualidade", realçando que, enquanto escritor, se sente parte da Humanidade.
O prémio literário que recebeu é gerido pelas Bibliotecas Públicas de Dublin e o processo de nomeação dos escritores foi feito por mais de 400 bibliotecas a nível mundial, por isso o escritor angolano não quis deixar de elogiar o papel destas instituições.
"Tornei-me escritor em bibliotecas públicas. Se a literatura desenvolve empatia, as bibliotecas públicas são armas de construção massiva", disse.
José Eduardo Agualusa, que acaba de publicar o romance "A sociedade dos sonhadores involuntários" lembrou ainda que a leitura é um exercício que aproxima as pessoas e que os grandes leitores têm menos propensão para a violência e para o ódio.
No prémio literário internacional de Dublin eram também finalistas o escritor moçambicano Mia Couto, com a tradução de "A Confissão da Leoa", e a escritora nigeriana Chinelo Okparanta, a quem José Eduardo Agualusa dedicou também o prémio, por ajudarem a repensar e a divulgar o continente africano.
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