Comissariado por Adriano Nogueira, o ciclo 'Músicas do Acervo' tem como objetivo a apresentação de repertório de compositores portugueses tendo por base o acervo documental do museu, atualmente localizado na estação de metropolitano do Alto dos Moinhos, em Lisboa.

O programa é constituído por composições de Freitas Gabul, Arthur Napoleão, Alfredo Keil e Alexandre Rey-Colaço, entre outros.

Do 'Feuilles d'Album - Hommage à son Altesse Royale la Princesse Amélie d'Orléans', que reúne peça dedicadas à rainha D. Amélia, mulher de D. Carlos, foram escolhidas 'Grâce', de Freitas Gazul, 'Gentillesse', de Alberto Lami, 'Beauté', de Alfredo Keil, 'Charme', de Júlio Neuparth, 'Bonté', de Francisco Bahia e 'Jeunesse', de Guilherme Ribeiro.

Recentemente, no Museu da Música, foi apresentada a obra 'A Sua Majestade a Rainha D. Amélia de Portugal - Um raro acervo musical', de Rui Castilho de Luna, que em declarações à agência Lusa explicou que esta resultou de uma investigação sobre o acervo musical da rainha existente na Biblioteca-Museu do Paço Ducal de Vila Viçosa, no Alto Alentejo.

"O espólio é constituído por 160 obras, todas dedicadas a D. Amélia de Orléans e Bragança, algumas vindas de França, por exemplo de autoria de Charles Gounod, pois iniciou este acervo quando noivou com D. Carlos".

O investigador referiu "o assinalável número" de peças de autores portugueses, e destacou ter sido encontrada no espólio "uma obra inédita de Vianna da Motta, a 'Valsa Fantasia', e vários fados para piano".

O recital por João Paulo Santos, que no passado mês de março participou num concerto dedicado à obra de Alfredo Keil, no âmbito dos 'Serões no Palácio da Pena', em Sintra, irá interpretar deste compositor as peças 'Seule (Souvenir de l'ancien Queluz)', 'Devant une croix', 'Le cavalier et la jeune fille', e 'Fandango', de 'Scènes descriptives', e ainda 'Fado (opus 75 nº. 12).

Do programa a apresentar por João Paulo Santos constam ainda, de Arthur Napoleão, 'Romance e Habanera', de Augusto Machado, 'Menuet, Gavotte et Gigue Portugaise', de Alexandre Rey-Colaço 'Fado nº 4'.

João Paulo Santos, de 58 anos, concluiu o curso superior de Piano no Conservatório Nacional na classe de Adriano Jordão, trabalhou ainda com Helena Costa, Joana Silva, Constança Capdeville, Lola Aragón e Elizabeth Grümmer.

Como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, estudou em Paris de 1979 a 1984, ano em se tornou maestro assistente do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa.

De 1990 a 2004 foi maestro do Coro do Teatro Nacional de São Carlos e atualmente desempenha as funções de diretor de Estudos Musicais e diretor Musical de Cena do mesmo teatro.

João Paulo Santos tem dirigido estreias absolutas de muitos compositores portugueses, nomeadamente de António Chagas Rosa, 'Cânticos para a Remissão da Fome', António Pinho Vargas, a ópera 'Os Dias Levantados', 'Édipo' e a 'Tragédia de Saber', de Eurico Carrapatoso, 'O Lobo Diogo', 'A Floresta, Mentes Peer!' e 'Nove Vocalizos para Catarina e Arcos'.

No Teatro Nacional de São Carlos dirigiu a estreia em Portugal das obras 'Renard e Les Noces', de Stravinski, 'The English Cat', de Henze e 'Orphée aux Enfers', de Offenbach.