Era proibido uma mulher entrar numa igreja de cabeça descoberta

As mulheres não podiam entrar nas igrejas com a cabeça destapada e os homens tinham obrigação oposta. A regra tem mais de 2 mil anos e foi defendida por S. Paulo que determinou que a “cabeça simboliza uma hierarquia que desce de Deus para Cristo, de Cristo para o homem e do homem para a mulher; e o homem é a cabeça da mulher”.

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Era proibido uma mulher entrar numa igreja de cabeça descoberta

Neste contexto, cabeça significa hierarquia e o “homem não deve cobrir a cabeça por ser a ‘imagem e a glória de Deus’. Já a mulher deve cobrir o cabelo por ser a “glória do homem”.

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Era proibido ir de minissaia para o liceu

As meninas não podiam entrar na escola com os joelhos à mostra e as calças estavam fora de questão. Em muitos liceus chegava a haver contínuas a zelar pela correta indumentária das alunas.

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Era proibido ir de minissaia para o liceu

Alguns liceus mais tolerantes permitiam que se mostrasse a metade inferior do joelho, desde que as soquetes fossem bem puxadas para cima. De referir ainda que mesmo no verão, as meninas não podiam assistir às aulas com os braços à mostra.

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Era proibido beber Coca-Cola

Nem mesmo com o slogan ‘Primeiro estranha-se, depois entranha-se’ – criado por Fernando Pessoa – foi permitida a entrada da bebida norte-americana em Portugal. Estávamos em 1927, mas nada mudou com Salazar que manteve a proibição.

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Era proibido beber Coca-Cola

A associação da bebida à cocaína foi um entrave num primeiro momento, sendo a “tacanhez” do ditador o grande obstáculo numa segunda tentativa. Salazar temia a invasão do ‘american way of life’.

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Era proibido uma mulher casada viajar para o estrangeiro

Uma mulher casada estava sujeita à autorização do marido para sair do país. A Constituição do Estado Novo declarava, no artigo 5.º, a igualdade dos cidadãos perante a lei. Porém, acrescentava “salvas, quanto à mulher, as diferenças resultantes da sua natureza e do bem-estar da família”.

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Era proibido uma mulher casada viajar para o estrangeiro

A Constituição foi revista após a morte do ditador e da dita lei deixou de constar a expressão “bem-estar da família”.

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Era proibido usar biquíni

No início do século os homens iam à praia envergando camisolas de manga cava, calças dobradas pelos joelhos e um lenço a tapar a cabeça; as mulheres apenas podiam arregaçar as saias na zona da arrebentação.

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Era proibido usar biquíni

Os ventos da modernidade chegaram a Portugal devagarinho e foi permitido às mulheres usarem fato de banho que deveria cobrir a barriga na totalidade, não ser demasiado cavado, nem ter um decote generoso. A lei (que não era aplicada na prática) ditava ainda que usassem um saiote a tapar meia coxa.

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Era proibido jogar às cartas no comboio

Salazar preocupava-se com a tendência dos populares para o vício e a zaragata e, por isso, não era permitido jogar nos comboios. Mais. Os funcionários públicos eram também proibidos de frequentar casinos, podendo mesmo sofrer sanções disciplinares se o fizessem.

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Era proibido usar isqueiro

Da mesma forma que Salazar protegia os produtores vinícolas nacionais, também a indústria fosforeira era beneficiada, pois era proibido usar isqueiros sem a devida licença e este documento custava 60 escudos, o que era muito dinheiro à época. Também aqui a sanção era mais pesada se fosse um funcionário público a utilizar um ‘acendedor’ sem a devida licença.

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Era proibido casar com uma professora

As mestras tinham que ser donzelas e, por isso, eram vigiadas pelos pais dos alunos, pelo pároco e pela lei. Caso se apaixonassem e quisessem mesmo casar era-lhes dada a autorização. Porém, havia uma condição: não podiam casar com um homem cujo vencimento fosse inferior ao seu.

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Era proibido casar com uma professora

O casamento tinha de ser autorizado pelo Governo com despacho publicado no Diário do Governo e os homens eram obrigados a apresentar dois atestados: o de bom comportamento moral e cívico e o de que disponham de meios financeiros para não depender do salário da futura esposa.

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Era proibido andar de bicicleta sem licença

Quem quisesse andar de bicicleta na via pública tinha que pagar uma licença à câmara, caso contrário era sancionado com uma multa e uma proibição de ter a dita licença durante cinco anos. De referir ainda que, até aos anos 60, os ciclistas tinham que ter carta de condução para o efeito.

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