Ana Luísa Amaral apresenta segundo livro nos EUA com elogios da crítica
A escritora Ana Luísa Amaral esteve durante o mês de abril nos Estados Unidos para apresentar a coletânea de poesia 'What's In a Name' a públicos portugueses e norte-americanos e vai regressar à América este ano.
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A poetisa disse à agência Lusa que vai regressar aos Estados Unidos em outubro para realizar mais sessões de apresentação nos Estados de Nova Iorque, Iowa e Wisconsin, e também com o intuito de se tornar escritora-residente da Universidade de Georgetown.
A antiga professora universitária, atualmente reformada, faz parte da direção do Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa (ICML) do Porto, e coordena o projeto Intersexualidades, trabalhos que podem ser conciliados com a escrita e viagens ao estrangeiro.
Ana Luísa Amaral ficou "muito contente" com o recente percurso pelos Estados Unidos e disse que o livro, publicado nos EUA, em março, teve "belíssimas receções" nas sessões de apresentação e também na imprensa norte-americana.
'What's In a Name' é uma coletânea bilingue de cerca de 70 poemas, com a versão original em português e tradução para inglês de Margaret Jull Costa, sendo o segundo livro da escritora Ana Luísa Amaral publicado nos Estados Unidos.
Durante o mês de abril, Ana Luísa Amaral apresentou o livro a audiências portuguesas e norte-americanas em universidades, bibliotecas e livrarias em várias cidades, como Nova Iorque, Washington, Boston e Lowell.
A tradutora Margaret Jull Costa também viajou do Reino Unido para estar presente nas sessões de leitura e de apresentação do 'What's In a Name' e declamar os poemas em inglês, depois de Ana Luísa Amaral os recitar em português.
A poetisa contou à Lusa que foi apanhada de surpresa quando a editora New Directions a contactou demonstrando o gosto de ter lido os seus poemas e vontade de publicá-los nos EUA.
Foi a tradutora Margaret Jull Costa, com quem colabora há quatro anos, que mandou à editora uma amostra dos poemas de Ana Luísa Amaral traduzidos para inglês.
Para se chegar à versão final, a tradutora enviou semanalmente a Ana Luísa Amaral cerca de cinco rascunhos em inglês para cada poema. O rascunho final vinha com perguntas, pedidos de explicação e de significados ou comentários, para que o poema transmitisse o mesmo significado do português.
Ana Luísa Amaral e Margaret Jull Costa continuam a colaboração e já têm mais 30 poemas traduzidos.
Margaret Jull Costa, tradutora britânica de Eça, Pessoa, Saramago e Lobo Antunes, entre outros autores, soma vários prémios de tradução em Portugal, Espanha e Reino Unido, entre os quais o PEN Clube, Times Literary Supplement, Valle Inclán, prémios de Oxford e da Gulbenkian, e recebeu distinções como a Ordem de Oficial do Império Britânico e a Ordem do Infante D. Henrique.
A recente viagem e os encontros de Ana Luísa Amaral com leitores foram organizados pela editora norte-americana que publicou o livro, New Directions, e tiveram apoio do Camões -- Instituto de Cooperação e da Língua.
Alguns encontros entre a escritora e o público foram marcados pelo instituto Camões, que pretende apoiar escritores de língua portuguesa e trazê-los ao contacto com universidades e escolas que ensinam o português, porque tem uma rede de leitores e protocolos de cooperação com universidades americanas.
As críticas literárias dos EUA ao livro 'What's In a Name' atribuem "elegância", "verdades complicadas", "compaixão" aos versos de Ana Luísa Amaral.
O jornal The New York Times escreveu na rubrica 'Novos e Notáveis', de 26 de fevereiro, que "este volume bilingue (...) baseia-se num imaginário humilde e linguagem clara, para examinar verdades complicadas".
A revista literária The Arkansas International escreveu que "os poemas pousam sempre algures [em algo] profundamente humano, com compaixão por amigos, por filhas, por refugiados e por vítimas da guerra. Estes poemas desafiam-nos (...)".
A editora canadiana Drawn & Quarterly escreveu que "esta coletânea de poemas entrelaça lindamente mitos, estórias, viagens e linguagem com uma facilidade elegante".
O semanário Publishers Weekly - referência do mercado livreiro internacional - destacou "reenquadramentos provocadores" de narrativas antigas e conhecidas da tradição, como o Velho Testamento ou peças de Shakespeare, nomeadamente através de olhares e pensamentos de mulheres. "A persona dos poemas de Amaral gradualmente 'desfamiliariza' textos canónicos", resumiu a publicação.
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