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Teatro S. Carlos destaca Álvaro Malta como "figura incontornável"

O Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) emitiu hoje uma nota de consternação e pesar pela morte do cantor Álvaro Malta, "uma figura incontornável na lírica portuguesa do século XX".

Teatro S. Carlos destaca Álvaro Malta como "figura incontornável"
Notícias ao Minuto

21:14 - 24/11/18 por Lusa

Cultura Óbito

O cantor lírico, que partilhou o palco com Maria Callas, morreu hoje, em Lisboa, aos 87 anos.

As exéquias de Álvaro Malta decorrem a partir das 21:00 de hoje com o velório na Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na Avenida de Berna, ocorrendo no domingo à tarde uma celebração litúrgica seguida de funeral no Cemitério do Alto de São João, informou o TNSC.

O teatro sublinha que no seu palco, Álvaro Malta assumiu um papel de relevo na divulgação da lírica nacional, tendo interpretado óperas de vários séculos: referindo apenas 'As Guerras do Alecrim e Manjerona' de António José da Silva; 'A Serrana' de Alfredo Keil; Mérope (estreia mundial) e 'Trilogia das Barcas' de Joly Braga Santos; 'Canto da Ocidental Praia' (estreia mundial), em que interpretou o papel de Camões, de António Victorino d'Almeida.

Foi no domínio da lírica portuguesa que em 1971 teve a sua primeira experiência como encenador, com Auto da Glória de Rui Coelho.

Para além do Teatro Nacional de São Carlos, Álvaro Malta apresentou-se regularmente nos mais importantes palcos nacionais e internacionalmente destacou-se em importantes títulos ('Aida', 'A Serrana', 'La bohème', 'Requiem' de Verdi).

Nascido em 1931, Álvaro Malta teve o primeiro contacto com a música aos seis anos, a tocar bandolim.

Mais tarde, no Seminário dos Olivais, começou a estudar música sacra e canto gregoriano, onde teve o primeiro contacto com a ópera, com a obra "Cecília".

Estudou canto lírico com uma professora do Conservatório de Lisboa e com alunos do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, agrupamento que integrou aos 18 anos.

A partir de 1952, passou a participar como cantor solista nas temporadas de ópera e ao longo de uma longa carreira que terminou em 1989, apresentou-se em cerca de uma centena de papéis ao lado de grandes nomes como Corelli, Gobbi, Christoff, Gedda, Kraus, Bumbry, Crespin, Gorr, Di Stefano.

Tirou o curso de Medicina em Lisboa, tendo financiado os estudos com o seu trabalho no TNSC.

Exerceu medicina na Maternidade Alfredo da Costa, profissão que sempre conciliou com a ópera.

Cantou o 'Barão Douphol' nas célebres récitas de 'La traviata' com Maria Callas em março de 1958 e foi em São Carlos que obteve enormes triunfos pessoais, nomeadamente quando em 1966 substituiu à última hora o baixo Miroslav Cangalovic no Mefistófeles da ópera "Fausto" de Gounod (que depois cantaria no Théâtre de la Monnaie em Bruxelas).

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