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"Um contrato a prazo é um despedimento a prazo"

O responsável pelo programa macroeconómico do Partido Socialista deu uma entrevista ao jornal Público, em que explica as medidas que compõem o estudo do programa eleitoral do PS.

"Um contrato a prazo é um despedimento a prazo"
Notícias ao Minuto

12:00 - 05/08/15 por Notícias ao Minuto

Política Mário Centeno

Mário Centeno coordenou o estudo macroeconómico que se insere no programa eleitoral do PS. Tem 48 anos e, caso o PS vença as eleições, poderá vir a ser o ministro das Finanças e da Economia, no que dele depender. Em entrevista ao jornal Público, o economista refere que as medidas do programa assentam na “redução sustentada da despesa pública, na redução sustentada da carga fiscal e, ao mesmo tempo, uma melhoria do défice”.

Quando questionado sobre como essas políticas de estímulo à economia, sendo contra a vontade da troika (dando o exemplo da Grécia), seriam implementadas, Mário Centeno foge à questão, lembrando que “em Portugal, houve um ziguezaguear de política”. “Relembro que o corte de parte do subsídio de Natal de 2011 resolvia os problemas orçamentais da economia portuguesa, não resolveu. (…) Que os cortes nas pensões iam resolver os problemas da sustentabilidade. Não resolveram”, explicou.

Confrontado com medidas propostas, como a redução da TSU dos trabalhadores, o professor de economia refere que a medida “é neutra, no sentido em que a redução da taxa contributiva depois reverte, passado um determinado tempo, numa redução de pensões”.

Já sobre as reformas estruturais, que o PS também propõe, Mário Centeno dá o exemplo dos “centros de competência”, que se traduzem numa “transversalidade nos serviços de administração pública e faz com que não se possa, cada vez mais, contratar serviços externos”, referindo-se ao estudo sobre a sustentabilidade da Segurança Social, encomendado pelo PSD.

Quanto à dívida e sobre como o PS pensa pagá-la, o economista refere que as metas são “uma redução sustentada da dívida que acontece por duas vias – por geração de saldos primários positivos e por crescimento económico, ou seja, pelo crescimento do PIB nominal”.

Ainda sobre as reformas ao nível do trabalho, onde o PS promete mais competitividade, o responsável pelo estudo Socialista lembra que “não se promete nada a ninguém”, mas refere que foram elaboradas formas “de acordo com práticas europeias”, e dá o exemplo: “Em Portugal, as empresas tiram partido da flexibilidade que existe na lei. Nada é mais flexível do que um contrato a prazo (…), é despedimento a prazo. É preciso deixar as empresas tomar decisões sobre salários e consolidar aquilo que são as relações laborais, alargando a contratação coletiva. O mercado laboral alemão vive bastante associado à presença de comissões de trabalhadores, de sindicatos”, concluiu.

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