Adeus, internato geral. Formação dos médicos vai ter menos um ano
A partir de 2017 os recém-licenciados passam logo para a especialização, quem o diz é o secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, em entrevista ao Diário Económico.
© Global Imagens
País Saúde
O Governo tinha proposto que cada português teria um médico de família. Quando questionado sobre este facto, numa entrevista ao Diário Económico, Leal da Costa explica que "hoje o número de utentes sem médico de família está próximo dos 1,2 milhões. Teremos no fim deste ano, cumpridas todas as medidas". Mas a meta só deverá ser "cumprida em dois anos", admite.
Relativamente ao regresso de médicos reformados ao Sistema Nacional de Saúde (SNS), o secretário de Estado indica que "o fenómeno das reformas antecipadas é agravado por uma circunstância específica da profissão médica. Os médicos que se reformam sabem que continuam a ser necessários e podem usufruir da reforma e ao mesmo tempo estão em posição de vender os seus serviços a privados ou até ao próprio Estado".
"Essas reformas antecipadas vão ser substituídas pelas reformas em idade normal de uma população médica que está a envelhecer", refere.
Para Leal da Costa, "a formação dos médicos em Portugal é demasiado longa. Por isso vamos publicar um regulamento de portaria do internato médico que reduz o tempo de formação de forma significativa porque temos que acompanhar o resto da Europa. Não podemos continuar com tempos de formação entre dez a 12 anos".
O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde indica ainda, na mesma entrevista, que o internato geral deixará de existir a partir de 2017/2018.
"Gostaríamos de ter condições para formar mais médicos. Mas também temos que reconhecer que há uma capacidade finita de formação dentro dos próprios hospitais. É natural, lógico e desejável, que desde que tenham a qualidade internacionalmente reconhecida, possam vir a aparecer também faculdades de medicina no privado, frisa.
Por fim, explica que em termos de atratividade salarial é natural que os médicos não queiram trabalhar exclusivamente para o Estado. "Enquanto os preços [entre público e privado] não se aproximarem, será muito difícil o Estado pagar salários suficientemente atrativos para que um grupo de pessoas muito diferenciadas queira trabalhar para o Estado em dedicação exclusiva", termina.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com