Arménio Carlos defende que "políticos não são todos iguais"
O secretário-geral da CGTP admitiu hoje que casos como a detenção do ex-primeiro-ministro José Sócrates podem ser "um fator de descredibilização da política" e defendeu que os políticos "não são todos iguais".
© Global Imagens
País Sócrates
Arménio Carlos falava aos jornalistas no final de uma caminhada pelo centro histórico de Évora, no âmbito da Marcha Nacional contra a austeridade, convocada pela CGTP, que se prolonga até terça-feira.
"Se as medidas que agora foram anunciadas, nomeadamente no fim de semana, podem ser um fator de descredibilização da política, é verdade, podem ser, mas também é verdade que elas exigem por si mesmo uma reflexão daquilo que se está a passar e também uma maior separação das águas", disse.
O líder da CGTP sustentou que "é sempre errado fazer uma análise generalizada [dos políticos] e colocar todos no mesmo saco", alegando que, "tal como os trabalhadores não são todos iguais, também os políticos e os projetos políticos não são todos iguais".
No seu discurso, no final da marcha, Arménio Carlos exigiu uma mudança de política e uma resposta aos grandes problemas nacionais, nomeadamente o combate ao desemprego, através da criação de emprego com direito e salários adequados, o aumento de salários e reformas e a defesa dos serviços públicos.
O ex-primeiro-ministro José Sócrates foi detido na sexta-feira à noite no âmbito de um processo de suspeitas de crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
Esta é a primeira vez na história da democracia que um antigo primeiro-ministro é detido para interrogatório.
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