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Banif: O banco do Funchal que é um problema para Portugal inteiro

Decisão de salvar a instituição madeirense está tomada, com custos pesados para os bolsos dos contribuintes. Depois do colapso do BES, Estado vai ter de apoiar a transição de mais um banco para as mãos de privados.

Banif: O banco do Funchal que é um problema para Portugal inteiro
Notícias ao Minuto

09:30 - 21/12/15 por Notícias ao Minuto

Economia Banca

António Costa garantiu que a situação já era conhecida pelas autoridades portuguesas "há mais de um ano", mas no início do mês poucos previam a solução final para o Banif anunciada ontem pelo Banco de Portugal. Depois de um processo de venda acelerado, o banco madeirense vai passar a fazer parte do Santander Totta, sendo absorvido pelo ex-concorrente num processo que custa 150 milhões de euros ao comprador e transforma o Santander no segundo maior banco privado português.

Os clientes do Banif passam a ser clientes do Santander, os balcões serão transformados em agências do banco liderado por Vieira Monteiro e as ações do Banco Internacional do Funchal já não devem voltar a ser trocadas na bolsa de Lisboa, deixando o principal índice nacional com menos uma empresa. 

O custo do negócio, no entanto, não acaba no preço de venda: o Fundo de Resolução vai investir 489 milhões de euros e o Estado vai contribuir com 1.766 milhões, de forma a injetar um total de 2.255 milhões de euros que "visam cobrir contingências futuras". A Comissão Europeia aprovou a ajuda e revelou que vai ser prestado um auxílio adicional de 422 milhões para criar um veículo de gestão de ativos tóxicos, bem como uma garantia do Estado para cobrir eventuais desvalorizações do capital vendido ao Santander Totta.

"Esta venda tem custos muito elevados para os contribuintes mas é, no quadro das soluções hoje possíveis, a que melhor defende o interesse nacional", garantiu o Primeiro-Ministro na conferência de imprensa de ontem, depois de acusar o governo PSD/CDS-PP de não resolver a situação no tempo certo. "A Comissão Europeia fixou um prazo até março deste ano para a apresentação de um plano credível de reestruturação do Banif. Passados nove meses desta data limite nada estava solucionado."

O risco de ser retirada ao Banif a licença para operar no mercado acelerou a medida de resolução e deixa as contas do Estado com um mar de dúvidas para esclarecer. 

Em janeiro de 2013, o Ministério das Finanças liderado por Vítor Gaspar investiu 1.100 milhões de euros no Banif para equilibrar os níveis de capital. O banco liderado por Jorge Tomé apenas conseguiu devolver 275 milhões, deixando os cofres públicos com um saldo negativo de 825 milhões de euros. 

Os 150 milhões de euros pagos pelo Santander Totta vão servir para compensar parcialmente o dinheiro investido, mas as contas não são simpáticas para os contribuintes: a ajuda ao Banif vai significar uma perda real de 675 milhões de euros, que se juntam ao dinheiro investido após a reprivatização e aumentam a fatura do Banif. Tendo em conta a ajuda adicional de 422 milhões de euros para transferir os ativos tóxicos para um novo veículo de gestão e a garantia pública contra a desvalorização da parte vendida ao Santander, os custos para os contribuintes ultrapassam os 3.300 milhões de euros.

O 'buraco' poderá obrigar o Governo socialista a apresentar um Orçamento Retificativo que tenha em conta os gastos com a operação, uma possibilidade que coloca em risco os objetivos orçamentais definidos no programa do PS. O assunto será discutido num Conselho de Ministros extraordinário marcado para a manhã de hoje.

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