"Grexit foi apenas escondido. Quando voltar será com maior gravidade"
António Vitorino não tem dúvidas de que a recente solução de acordo encontrada para a Grécia, dificilmente será solução a longo prazo.
© Global Imagens
Economia António Vitorino
Para António Vitorino, a última crise grega deve ser descrita apenas como a "a mais recente", já que o mais provável é a solução encontrada não servir para relançar a economia. "O Grexit não desapareceu, foi apenas escondido. Quando voltar, voltará sempre com maior gravidade", alerta o destacado socialista numa extensa entrevista ao jornal Público.
Na perspetiva do ex-governante, "falta uma visão a prazo da sustentabilidade da zona euro". E, para tal, não se pode apenas criticar a atuação do governo grego, que apelida de "erro colossal de cálculo negocial". Em Berlim também há lições que devem ser retiradas.
Em 2011, Vitorino já afirmara ao mesmo jornal que era importante "ajudar a Alemanha a ultrapassar o seu momento unipolar". A ideia passa por mostrar que a Alemanha, embora pudesse ter razão, deveria saber como agir perante essa razão, e reconhecer que havia desequilíbrios estruturais por resolver no seio da zona euro.
Agora, Vitorino mantém a opinião e admite mesmo que "o processo de aprendizagem da Alemanha é mais lento do que esperava". Falta, também, "encontrar parceiros que balancem" o peso da nação de Angela Merkel.
Para tal, porém, há um fator que contribui para atrasar mudanças, salienta: "a Alemanha ainda está prisioneira da narrativa que construiu há quatro anos”, considera, especificando que deve “abandonar a ideia de que tudo se resumiu a uns países perdulários que viviam acima das suas posses".
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