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"Rui Costa e Vieira são passado no Benfica. E Noronha não vai ser futuro"

Em entrevista exclusiva concedida ao Desporto ao Minuto, Cristóvão Carvalho, de 52 anos, explica as razões para a sua candidatura à presidência do Benfica e o que o distingue dos restantes candidatos que vão a votos, no dia 25 de outubro.

"Rui Costa e Vieira são passado no Benfica. E Noronha não vai ser futuro"

© Reprodução Facebook Cristóvão Carvalho

Foi no passado dia 3 de junho que Cristóvão Carvalho se juntou à corrida pela presidência do Benfica, apresentando a sua candidatura, aos 52 anos de idade, para o ato eleitoral do próximo dia 25 de outubro, para o qual já estão confirmados outros seis candidatos.

 

Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Lusíada de Lisboa, está inscrito na Ordem dos Advogados Portugueses desde 2000, tendo conseguido o sonho de ter o seu próprio escritório com a criação da CC AA (Costa Carvalho Advogados Associados), em setembro de 2008.

A pouco mais de um mês do ato eleitoral no clube da Luz, Cristóvão Carvalho concedeu uma extensa entrevista ao Desporto ao Minuto. O advogado, que lidera o movimento Pelo Benfica, sublinha o clima de preocupação sentido pelos sócios e assinalou o seu projeto de um Benfica europeu.

Qual a razão para ter apresentado esta candidatura à presidência do Benfica?

A minha ligação ao Benfica não é recente, já tem bastantes anos. Eu acompanho o Benfica há vários anos, com mais acutilância e com mais detalhe sensivelmente nos últimos 10 anos quando o clube ainda era presidido por Luís Filipe Vieira.

A minha chegada ao Benfica é uma chegada sempre pelo adepto, pelo sócio e por via das Assembleias Gerais. Foi sempre aí que eu analisei o Benfica, vi o Benfica e estudei o Benfica. Percebi claramente, em conjunto com um grupo de sócios benfiquistas, que foram almoçando, foram falando sobre o Benfica, e criou-se ali um grupo com alguma preocupação no final dos mandatos de Luís Filipe Vieira.

As coisas já não estavam a correr bem, Luís Filipe Vieira não estava a corresponder às expectativas que o Benfica necessitava e começou a criar-se essa preocupação. Desse grupo, surge uma fação para que alguém sucedesse a Luís Filipe Vieira e o Benfica tivesse um novo rumo, e isso veio a acontecer, quando o Rui Gomes da Silva me convida para vice-presidente e eu aceito com ele esse caminho, no sentido de entregar alternativas aos benfiquistas nessas eleições.

Os resultados dessas eleições foram a vitória de Luís Filipe Vieira, com Noronha Lopes em segundo lugar, mas Vieira fica fragilizado, porque efetivamente, teve já uma grande contestação dos sócios e um ano depois, Vieira vem a cair, por razões judiciais. A partir daí, sai aquilo que seria natural, que é sair Luís Filipe Vieira e assume Rui Costa.

Foi uma tendência natural e Rui Costa na altura vai a eleições com Benítez, apesar de muitos benfiquistas, nomeadamente os que tinham votado em Noronha Lopes, acharem que Noronha deveria ter-se candidatado a essas eleições, porque tinha 35% dos votos, mas achou que não, e já explicou o porquê, que não estava preparado, ainda que tenha alguma dificuldade em perceber como é que um ano depois não se está preparado. E Rui Costa acaba por vencer com alguma naturalidade.

E, nessa perspetiva, eu continuo a acompanhar o Benfica e a ser crítico do Benfica, mas sempre em Assembleia Geral, não há críticas nenhumas ao Benfica fora do local onde estas devem ser feitas. E fui fazendo as críticas, alertando para que algumas coisas no Benfica não estavam bem e que tinha de haver uma mudança, e tinha de se cortar com um ciclo de 18 anos e precisava-se de um novo Benfica. Mas Rui Costa assim não o entendeu.

A minha tomada de decisão acontece quando, passados dois anos da gestão de Rui Costa, onde as coisas estavam, efetivamente, muito piores, quer a nível de resultados desportivos, quer a nível financeiro, pelo que se toma aí uma decisão de que se o Benfica não ganha e se cada vez continua a ganhar mais tem um grande problema e num grupo de quatro a cinco pessoas, onde surgiu a solução de ser eu a pessoa que iria apresentar essa equipa para apresentar as soluções para os problemas do Benfica.

De há dois anos para cá, começámos a trabalhar todos juntos no projeto que eu hoje apresento ao Benfica. No sentido de mudar e alterar aquilo que achamos que não está bem no Benfica e para elevar o clube ao patamar a que pertence. Esta é a razão pela qual eu me candidato às eleições do Sport Lisboa e Benfica.

No que é que a sua candidatura difere das restantes das restantes cinco?

É muito fácil descrever isso. O meu projeto é o único que é oposto aos outros. E porquê? Porque todas as outras candidaturas assentam os seus projetos em uma ou duas linhas orientadoras. O Benfica tem muitos problemas, mas nós temos de começar por algum lado e uma dessas formas é começar por explicar aos sócios as coisas de forma simples e onde estão as diferenças.

Todos os outros projetos assentam na identificação dos problemas do Benfica, isso todos conseguimos identificar, mas todos eles pensam num Benfica pequeno, para consumo interno, não desvalorizando os outros programas, se olharmos para os que se conhecem.

Portanto, não estou a falar do programa de Rui Costa, porque ainda não sabemos qual é, ainda não o apresentou. Luís Filipe Vieira também não sabemos qual é, porque ainda não o apresentou. Temos parte do programa de João Noronha Lopes, de João Diogo Manteigas e de Martim Mayer.

Estes três, estando eu seguro de que o de Rui Costa não será muito diferente do atual, porque foi falando sobre ele nas Assembleias Gerais, e que o de Luís Filipe Vieira, por aquilo que ouvimos, parece seguir o mesmo caminho, que é de um Benfica pequeno. Ir ganhando uns campeonatos e financeiramente baixar custos e aumentar receitas. E não saem disto, e isto é o Benfica que se quer. E depois vai-se fazendo alguma uma coisa, querem é que o Benfica vá conquistando uns campeonatos, porque nos últimos oito anos o Benfica conquistou... dois campeonatos. Isto para um clube com a dimensão do Benfica, que é o maior do mundo.

A grande diferença do meu projeto para estes é que, quando eu comecei a pensar num projeto para o Benfica, eu penso num Benfica europeu. Eu apresentei o projeto ao Benfica a um prazo de doze anos, três mandatos. Que é aquilo que os estatutos permitem. Porque um projeto para ser campeão europeu tem que ser feito de continuidade. O meu objetivo é ganhar uma Liga dos Campeões europeus. Todo o projeto está pensado nisto. É um Benfica grande e não um Benfica pequeno. 

Para isto, é preciso fazer duas coisas fundamentais. Primeiro, tem de se resolver um problema estrutural no Benfica, que é um problema financeiro. O Benfica tem um problema financeiro enorme. Há um ciclo vicioso. Nenhum projeto diz o que eu vou dizer nem pensou desta forma.

Temos de pensar no Benfica como uma empresa pequena. Temos as receitas ordinárias, que são as que normalmente o Benfica tem. Do merchandising, das vendas, dos patrocínios... Aquelas receitas da televisão, da Liga dos Campeões... Depois, temos as receitas extraordinárias do Benfica. Esse dinheiro é consumido pelo clube, SAD e participadas do Benfica. Não há lucro.

Depois ,temos a equipa de futebol, que dá um prejuízo anual de 80 a 100 milhões de euros, ou seja, a cada dia 1 de janeiro, o Benfica já sabe que tem de recolher em receitas extraordinárias para pagar esses valores. Este é o foco do Benfica. Como é que o Benfica resolve o problema? Vendendo jogadores. Isto é algo que já vinha de Luís Filipe Vieira.

Só que Luís Filipe Vieira tinha uma coisa que Rui Costa não tem, que acabou. Que eram os jogadores da formação, que vinham praticamente a custo zero. Quando vendíamos um jogador por 60 ou 70 milhões e ficava resolvido. Vendemos o João Félix por 125 milhões e fica o problema resolvido. Mas isso foi-se acabando, porque não conseguimos meter os jogadores jovens na equipa principal. Isto porque a equipa não é estável. A equipa tem sempre muitos jogadores novos e este ano vê-se isso perfeitamente.

Depois, acontece que temos de vender muitos jogadores, ficando a equipa mais fragilizada, obrigando o Benfica a, depois de resolver o sufoco com as vendas das nossas melhores peças, ir comprar 'à maluca' para ver se aquilo funciona. E o Benfica anda nisto.

Se formos olhar para as equipas europeias que vencem Ligas dos Campeões e campeonatos com regularidade, têm estabilidade na equipa. Temos de ter seis a sete jogadores que são estáveis na equipa e o Benfica não tem isso. Desde a última vez que o Benfica foi campeão, há apenas três jogadores que ainda estão na equipa principal: Aursnes, António Silva e Nicolás Otamendi. Isto não faz sentido em dois anos. Não há essa estabilidade.

Temos de resolver este problema e nenhum candidato diz como o vai fazer. O Benfica não pode estar dependente destas receitas extraordinárias. No início do ano, não pode estar a pensar onde é que vai arranjar 80 a 100 milhões de euros. Para isso, tem de se colocar este dinheiro no clube e eu sou a única pessoa que tem uma proposta financeira, que eu tenho já negociada e protocolada, que é uma linha de crédito de 400 milhões de euros com um limite de 100 milhões por ano.

Mas isto não é aumentar a dívida do Benfica, por muito estranho que pareça. Esta é uma dívida de investimento, ou seja, eu só preciso de colocar lá este valor para não ter a pressão na tesouraria, para ganhar tempo para depois ver como estão os custos e potenciar as receitas. O meu programa também tem uma parte essencial de como aumentar as receitas do clube. Mas isto são coisas que levam tempo, não se aumentam as receitas do clube num mês. Eu preciso de cerca de um a três anos. A nossa expectativa presente no nosso business plan é que fundamentalmente iremos precisar de três anos desta ajuda financeira, com uma taxa de juro em cerca de metade da que o Benfica tem atualmente. Há um risco corrido por esta entidade que acredita na minha equipa e no Sport Lisboa e Benfica.

Assim, não tenho essa pressão de andar à procura de dinheiro constantemente. Isto vai-me permitir construir uma equipa de futebol ao nível da Champions, em que o treinador tem de ser o investimento máximo e perfeitamente adaptado à realidade que eu quero, que é fazer uma equipa para em cinco, seis anos estarmos a jogar uma final da Champions.

Para isto, quero manter os meus melhores jogadores no Benfica, durante três a quatro anos para poder manter jogadores da formação e manter um ou dois jogadores a jogar na equipa principal durante três anos. E eu estimo que em cinco, seis anos eu consiga ter sete a nove jogadores a esse nível, com grande estabilidade. E aí eu tenho condições para poder disputar e para poder ganhar uma Champions e estar ao nível que o Benfica merece.

Esta é uma diferença fundamental para todos os programas. Nenhum outro programa tem uma solução financeira para o Benfica. E sem essa solução não há uma equipa a ganhar. E hoje o Benfica tem, seguramente, uma equipa com os melhores jogadores na equipa principal da I Liga. Mas também tínhamos o ano passado, no ano anterior e no outro. Ganhámos? Não ganhámos. Porque para ganhar é preciso mais do que bons jogadores. É preciso uma equipa, é preciso estabilidade, coerência e um grande líder de campo. E isso tem de ser construído.

E as coisas, como no futebol, como em tudo, só se constroem com investimento financeiro. E os outros programas não têm esse investimento financeiro porque não têm as pessoas que conseguem ter acesso aos mercados e conseguir transmitir a esses mercados a confiança necessária através do Benfica para acreditar  e apostar no clube. E eu estou muito seguro relativamente a isso.

Projeto europeu? Só eu tenho. Uma equipa ser pensada para jogar a final da Champions? Só eu tenho. Capacidade financeira para trazer para dentro do Benfica, para poder construir uma equipa? Só o meu projeto é que tem. Aí é que se vê que o meu projeto é diametralmente oposto a qualquer um dos outros.

E nessa solução financeira que apresenta para equilibrar as contas, admite vender o naming do Estádio da Luz?

Eu penso o Benfica de futuro. Eu não penso o Benfica em Portugal. Nós, em Portugal, somos os esmagadores, como clube. Somos o maior clube, a nível de sócios, muito maior que os outros. Portanto, temos de crescer para fora. E a crescer para fora temos de ver os exemplos que têm lá fora. O naming do estádio é uma receita que deve ser otimizada, como é óbvio. Isso está no meu plano financeiro.

Não se pode é vender o naming do Estádio da Luz a nenhuma entidade que não seja altamente credível, para o Benfica poder ficar tranquilo, e por valores que neste momento o Benfica diz que eles estão dispostos a dar. Isto porque o Benfica não joga Liga dos Campeões com regularidade. O Benfica não tem essa exposição. O Benfica não está no mundo.

E uma coisa é vender o nome do estádio para uma publicidade que funcione em Portugal. Outra coisa é vender o nome do Estádio a uma publicidade que funcione no mundo, que seja muito forte nos PALOP, que seja muito forte na Ásia, que são mercados que o Benfica tem de explorar e onde começa a ter essa projeção, e obviamente na Europa. É óbvio, quando nós apresentamos o mercado destes, o naming do estádio tem um valor muito superior.

Por exemplo, o Benfica tem 400 mil sócios, mas apenas 180 mil pagantes. Temos de resolver isso. Perceber porque é que os sócios não pagam e encontrar soluções . Eu também as tenho no meu programa de forma a que não se chegue às empresas para negociar o naming do estádio com os 400 mil sócios atuais, mas sim com perto de um milhão de sócios.

Aí sim, temos capacidade de negociá-lo e em vez de recebermos pelo nosso naming do estádio um milhão, recebemos 10, 20 ou 30 milhões de euros. Esta é a grande diferença. Por isso é que eu preciso de ter as contas estáveis para me poder dedicar a negociar estes contratos. O Benfica tem de estar virado para o mundo. Essa é a minha visão e é só por aí que o Benfica pode crescer.

Rui Costa apresentou o Benfica District. Acha que esse é o caminho ou este passa mesmo pelo naming do Estádio da Luz ser negociado com marcas?

Não é fácil encontrarmos uma marca, pelo menos para mim, que tenha a dignidade que o Sport Lisboa e Benfica merece. Não é qualquer marca. Se nós fomos ver os outros namings, são sempre empresas com grande dignidade e o Benfica tem essa possibilidade.

Isso é uma coisa. Outra coisa foi este projeto que o Rui Costa apresentou, ou seja, foi o seu primeiro grande acto de campanha eleitoral às custas do Sport Lisboa e Benfica, nas instalações do Sport Lisboa e Benfica, com os contactos do Sport Lisboa e Benfica. Sobre esse projeto, em concreto, é muito fácil de responder. Porque ele foi destruído nos dois dias a seguir.

Era um projeto que não tinha nem um estudo prévio, nem estava adequado ao que o Benfica necessita hoje, nem estava enquadrado ao nível camarário e ao nível de construção, e tinha um valor indicativo absolutamente errado, que construía um projeto absolutamente megalómano, que diziam que custava 200 milhões de euros e que, na verdade, custaria três ou quatro vezes mais do que isso. Portanto, aquilo foi um fogo de artifício para encantar os sócios. No dia a seguir, vieram logo dizer calma, isto é só uma ideia. Portanto, isso foi totalmente desmontado. É inexecuível e eu penso que o presidente Rui Costa percebeu, recuou e nunca mais falou no tema. Foi o momento da infeliz de Rui Costa.

Diferente é, se é preciso fazer alguma coisa à volta e dentro do estádio? Claro que é. Aumentar a capacidade é tudo aquilo que se fala, mas aumentar a capacidade é limitativo. Porque o estádio pode crescer mais 10, 15 ou 20 mil lugares, mas isso não resolve o problema da pressão da bilhetética do estádio.

Essa é uma forma simplista de olhar para o problema. Há que encontrar soluções à volta do estádio, que tem muita área para construir, que traga pessoas ao estádio. E fundamentalmente não pode ser algo no centro da cidade que só tenha um jogo de 15 em 15 dias.

Ou seja, tudo aquilo tem de ser redimensionado. É óbvio que terá de ter uns hotéis, um parceiro estratégico de comércio, mas esse parceiro estratégico de comércio, na minha ótica, tem de ser trabalhado com o parceiro que temos mesmo à frente do Estádio da Luz.

Se nós colocarmos ali uma área de negócio e temos um Centro Comercial do Colombo, que são altamente profissionais, leva-nos a crer que vamos correr mal. Isto chama-se conhecer o mercado. Agora, há muita coisa que tem a ser feita, até nos dias de jogo, na zona envolvente ao Estádio da Luz e também nós temos um projeto que será alicerçado com a BTV. Como? Nos jogos fora o estádio pode ser usado para que as pessoas venham ver o jogo e haja essa envolvência à volta do Estádio.

Se tivermos ali entre duas e cinco mil pessoas, é fantástico, é mais uma fonte de receita e tudo isso é que nos vai fazer melhorar as contas. Esse projeto dessa forma megalomano, o Benfica não tem condições para o fazer, nem parece que seja a principal prioridade. Há formas para resolver a pressão da bilhética que ainda podemos encontrar antes de entrarmos em megalomanias dessas.

Ainda sobre Rui Costa, limitando a estes últimos quatro anos, que balanço é que faz da sua presidência?

Havia muita esperança sobre Rui Costa. Eu próprio digo isso. Eu, na altura, só não votei Rui Costa porque estava fora do país. Senão teria votado em Rui Costa, parecia-nos a tendência natural. Aquela aura de ídolo, que todos respeitamos e que ama muito o Benfica e que é um grande benfiquista, nós achámos que ele conseguia levar isso para dentro do Benfica e transformar o Benfica naquilo que nós achamos que o Benfica deve ser. Mas isso não aconteceu.

O Rui Costa revelou-se absolutamente inapto para a função de presidente. A função de presidente exige determinadas skills e determinadas características que o Rui Costa não tem. E não é mal nenhum não as ter. Tem outras. Uma coisa é ele próprio não ter uma capacidade de liderança. Ele não é, no Benfica, o maestro que foi em campo. Não é. De longe. Não tem esses conhecimentos.

Ele jogou à bola. Na altura em que ele jogava à bola, fazia golos e encantava, eu estava a estudar. É normal que eu, com a bola, seja muito fraquinho, mas nesta matéria da gestão, eu seja mais apto porque estudei durante muitos anos e pratiquei durante 25 anos da minha vida. Ele não, portanto, não sabe.

Mas podia resolver isso ao rodear-se de pessoas com capacidade e conhecimento. E Rui Costa também não foi capaz de fazer isso. Rui Costa não fez a mudança. Rui Costa manteve muitas das pessoas, afastou algumas, que provavelmente até eram aquelas mais qualificadas, e tem à sua volta pessoas com fraca capacidade de gestão e fraca capacidade de intervenção no Benfica e com uma visão absolutamente redutora do que é o Benfica.

Isso levou-nos ao descalabro que neste momento é o mandato de Rui Costa, porque essa é uma realidade. Rui Costa duplicou a dívida bancária do Benfica, duplicou, de 100 para 200 milhões de euros, a dívida bancária e foi pífio em resultados desportivos.

Nós ganhámos um campeonato. Em quatro anos, ele ganhou um campeonato e gastou horrores de dinheiro. Vocês sabem quanto é que o Benfica gastou nos últimos quatro anos? 1,2 mil milhões de euros. 1,2 mil milhões para ganhar um campeonato. Acho que isto não vale a pena, acho que está à frente de toda a gente. Foi este o resultado do mandato de Rui Costa.

Agora, apresenta-se com um forte investimento no futebol outra vez, tentando iludir os sócios que temos os melhores jogadores e que agora vamos ganhar tudo, e gastou-se duas ou três vezes mais do que a capacidade do Benfica para que agora os benfiquistas digam 'vamos agora ganhar outra vez'.

Acredita que este foi um mercado eleitoral por parte de Rui Costa?

Isso parece-nos óbvio. Se formos fazer um estudo, todos fazem a mesma coisa. Está errado. Mas isto foi por demais descarado. Isto é claramente eleitoralista, estes investimentos nesta dimensão.

Independentemente de serem ou não serem bons jogadores, não sei, provavelmente até serão e está tudo bem, mas devia haver contenção, nomeadamente relativamente às contas do Benfica. E além disso, agora é que ele está a mudar uma quantidade de pessoas que os sócios estão a pedir para ter mudado há quatro anos atrás. Está-os a mudar agora. [Como o Rui Pedro Braz?] Por exemplo, mas essa e outras.

Não fez essas mudanças antes porque não tem poder de decisão. E hoje está a fazer porque alguém o está a dizer para fazer. Não acredito que seja ele que o faça. Alguém está a dizer para o fazer porque ele tem que ganhar eleições.

Neste momento, temos claramente já há meses um Rui Costa candidato a querer manter-se no lugar. Daí tudo o que foi feito e vamos perceber depois que problemas mais é que estarão por detrás de todas estas manobras eleitoralistas estão a ser praticadas por ele.

Acredita que, com os empréstimos com obrigações de compra no final da temporada, possa surgir um buraco financeiro para o Benfica? 

Temo isso. Temo isso profundamente. Vamos ver o que é que vamos encontrar quando lá chegarmos, porque acredito que Rui Costa não vai ganhar. E acredito que até dia 25 muita coisa vai acontecer e os sócios terão a oportunidade de ver qual é que é o projeto alternativo, qual é o projeto que pode salvar o Benfica e que esse projeto é o meu. E estou obviamente preocupado porque eu já sei o que é que vou encontrar neste momento. Vou encontrar uma dívida enorme no Benfica.

Mas com estas contratações que foram feitas, não só estas obrigações de compra, como os jogadores que foram vendidos que [os valores] não foram recebidos e não sabemos se os vamos receber, porque foram para mercados complicados.

Isso preocupa-me imens,o porque se o Benfica não tiver dinheiro e uma capacidade de estancar essa hemorragia financeira, o Benfica vai entrar numa situação muito, muito difícil. Aliás, todos nós estávamos a torcer e fizemos a maior força possível para o Benfica não ficar fora da Champions.

Porque se o Benfica, por algum azar, tivesse ficado fora da Champions esse problema adensava-se porque o ano passado o Benfica foi buscar à Champions cerca de 70 milhões de euros. E mais, se o Benfica não for campeão nacional este ano, já não temos duas equipas com possibilidade de entrar na Champions.

Como é que é o Benfica sem uma receita de 70 milhões? E com os direitos televisivos absolutamente incertos, que ninguém sabe o que é que vai acontecer sobre isso? São as nossas duas principais receitas. Como é que fica um clube como o Benfica? O Benfica tem esta característica. Se estiver a ganhar e estiver potenciado é um transatlântico, mas se começar a meter água é como o Titanic, uma hora depois está no fundo. Por isso é que eu estou aqui. Pelo Benfica. Preocupa-me muito o que tem sido feito fundamentalmente neste último ano e nestas últimas contratações.

Preocupa-me mesmo muito porque as contas do Benfica estão absolutamente no vermelho. Mas, por antagónico que possa parecer, o Benfica vai ter uma Assembleia Geral no dia 27 e vai apresentar um resultado positivo fantástico e maravilhoso. Só que esse resultado é o resultado contabilístico, porque se formos ao resultado tesouraria o Benfica não tem tesouraria o Benfica não tem dinheiro para o dia a dia.

O Benfica tem património tem estádio, tem o Seixal, tem jogadores... Mas liquidez para pagar as contas do dia-a-dia não tem. Temos que fazer vendas. Se isso não entrar temos um problema complicadíssimo no Benfica para resolver. O futuro do Benfica é um futuro que, se não houver uma intervenção forte uma intervenção financeira para segurar aquele clube, corremos um risco sério de entrar num incumprimento.

Que estrutura tem pensada para o Benfica? O que acha da existência de um diretor desportivo? Já tem algum nome alinhavado?

Tudo que está, quer a nível financeiro, quer a nível desportivo, relacionado com estruturas e pessoas está pensado e fechado há vários meses. Isso já foi definido. No clube temos a situação com os novos estatutos mais clarificada porque os presidentes os vice-presidentes terão de ser profissionais que se dediquem ao clube 100% do seu tempo, coisa que não são agora e eu acho que isso é absolutamente fundamental, porque as modalidades vão exigir também dessas pessoas uma dedicação porque é preciso mexer nessas modalidades e estruturá-las.

Relativamente à SAD, obviamente tem de haver uma estrutura que esteja definida porque está completamente definida. CEO, CFO vários administradores e a única diferença que eu vou fazer na SAD, além de ter os administradores necessários a cada área fundamental, é um administrador para o futebol, que é uma figura diferente do diretor desportivo. Essa pessoa vai fazer a ponte entre o diretor desportivo e toda a parte financeira para que a linguagem seja fluida e seja rápida.

Ou seja, para quando o diretor desportivo disser que quer um determinado jogador e explicar porquê, existir alguém da parte financeira que perceba as duas linguagens e consiga explicar no board como é que isso funciona, que é uma coisa que não existe. Isto cria estas entropias e então acaba-se por dizer é o presidente que faz as compras.

O presidente do Benfica não tem de comprar jogadores. Eu não vou comprar jogadores. Não é essa a minha função. A minha função é ter ao pé de mim as pessoas que sabem como se faz e as melhores para cada área e ter um departamento de scouting altamente profissional que me diga quais são os jogadores para aquela função, que tenham falado brevemente com o treinador e se tenham entendido qual é esse jogador.

A minha função é gerir aquelas pessoas e, em caso de dúvidas, tomar decisões. Eu espero que eles se entendam antes de chegar a mim. Essa é a função de um presidente, não é estar a fazer equipas e comprar jogadores. Essas pessoas estão todas pensadas, estão todas trabalhadas comigo, até porque, para se conseguir uma operação financeira destas, ela só se consegue porque os parceiros internacionais quiseram saber quem eram estas pessoas, os seus currículos. Quiseram falar com eles e quiseram garantir que faziam parte do projeto e que ficariam no projeto para eles poderem avançar. Esse compromisso já teve de ser feito.

Há um trabalho de cerca de dois anos sobre esta matéria muito profundo e de muitas horas gastas em Portugal e no estrangeiro para conseguir ter esta parceria. O parceiro que eu trago para o Benfica é o parceiro mais forte a nível europeu que está por trás das melhores equipas. Isto foi uma coisa muito trabalhada e pensada, não foi feito em cima do joelho. Não se consegue uma operação destas só porque somos simpáticos e porque dizemos umas coisas. Consegue-se com credibilidade.

Existirem seis candidatos à presidência do Benfica é um sinal positivo ou negativo? 

É um sinal de preocupação. Nós ainda não percebemos porque é que Luís Filipe Vieira se candidata. Eu quero acreditar que vem para apresentar excelentes soluções para os problemas do Benfica. Neste momento, ainda não as apresentou. Aquilo que ele fez foi dar entrevistas e falar sobre determinadas pessoas e atacá-las. Parece-nos, segundo nos dizem, que o objectivo dele é vir numa situação de ter aqui uma vendetta privada com Rui Costa. Não quero acreditar nisso, isto não é bom para o Benfica, não faria bem ao Benfica.

O Rui Costa vai recandidatar-se porque quer continuar o seu mandato e acha que tem condições. A partir daqui, temos mais quatro candidatos, o que quer dizer aos sócios, é que seis benfiquistas se apresentam com soluções, o Benfica não está bem. Se o Benfica estivesse bem, se calhar, não havia candidato nenhum.

Quando aparecem muitos candidatos, é porque as coisas não estão bem. E o associativismo do Benfica vem para cima da mesa, e as pessoas querem apresentar soluções para salvar o clube. Porque o Benfica está em fase de ser salvo. Às vezes as pessoas não têm essa noção, porque estão um bocadinho afastadas da realidade do clube. E os benfiquistas já perceberam, no mandato do Rui Costa, as pessoas vêm dizer que aquilo não era o caminho, estavam insatisfeitas e queriam mudança. E mudança são pessoas novas, ideias novas, projetos novos.

Na realidade, dos seis candidatos, só três é que são novos. O Rui Costa é continuidade, Luís Filipe Vieira é continuidade, e Noronha Lopes continuidade é. Portanto, aquilo que eu costumo dizer, porque é verdade, Rui Costa, Luís Filipe Vieira, são o passado do Benfica. E João Noronha Lopes também não vai ser o futuro do Benfica, porque ele também já vem do passado do Benfica. E as ideias são as ideias requentadas de 2020.

Há três candidatos novos. O João Diogo Manteigas, Cristóvão Carvalho e Martim Mayer. Têm três projetos diferentes. E os benfiquistas, neste momento, a primeira coisa que têm de fazer é perceber se querem continuidade ou mudança. E depois analisar qual é o melhor projeto que se adequa relativamente a isso.

Neste momento, há muitos candidatos, mas para os benfiquistas, a folha é clara. É continuidade ou mudança. Se apostarem na continuidade, vão apostar em moção. E com a mesma solução, vão ter os mesmos resultados. Que é resultados nenhuns. Não vamos ganhar nada. Com mudança, corremos algum risco, não conhecemos as pessoas, mas estão com vontade, têm vidas profissionais, tiveram sucesso e trazem para dentro do Benfica pessoas que foram bem sucedidas.

Vamos apostar. Vamos também apostar neles para fazer o Benfica melhor. Porque fazer pior do que fizeram os anteriores também é difícil. E outra coisa que eu peço aos benfiquistas. Olhem para os três candidatos do passado e olhem para os três do futuro e vejam o que é que eles conseguiram na vida deles.

O que conseguiram como profissionais, como pessoas do negócio, como pessoas de empresas. E vejam os novos. Se calhar, vão encontrar ali um que teve muito sucesso na sua vida pessoal e que quer trazer isso para o Benfica. Quem não sabe tomar conta da própria casa, sabe tomar conta do Benfica? Não me parece.

Pelo menos temos aqui três com perfis diferentes. E se calhar há ali um que se chama Cristóvão Carvalho. Vamos lá ver o que é que este homem fez na vida dele. Se ele tem capacidade. E quem são as pessoas que ele vai trazer aqui. No dia 10, tem de se apresentar uma lista de vice-presidentes. Não há hipótese. Senão apresentar, não sou candidato. Vejam quem são essas pessoas, o que é que elas fizeram na vida. É esta gente que eu quero lá pôr dentro do Benfica. E com isto eu consigo mudar o Benfica. Agora, os benfiquistas têm de tomar essa decisão.

Com seis candidatos, há uma forte possibilidade de existir uma segunda volta. Admite nessa altura coligar-se com algumas dessas candidaturas?

Admito que há outros projetos que queiram apoiar o meu projeto. Que nessa altura já poderão fazê-lo e nesta altura não. O meu projeto é totalmente diferente dos outros. Não há nenhum projeto como o meu. Ninguém teve a coragem de pensar o Benfica como um projeto europeu. Constituir uma equipa para ganhar a Champions em 12 anos. Nenhum candidato teve essa coragem porque não tem essa capacidade no mercado.

Neste momento, nenhum desse que não é possível eu me unir com nenhum candidato. Como é que eles resolvem o problema financeiro de 80 a 100 milhões? Onde é que eles vão achar o dinheiro para colocar dentro do Benfica? Nenhum disse. Ninguém tem solução. E andam todos aqui a fugir.

Para mim, ninguém se devia acreditar à presidência dos votos do Benfica se não tivesse a capacidade financeira de meter dentro do clube. Porque ela é fundamental. Não fujam às questões. Não têm essa capacidade. Eu estou certo de que irei a uma segunda volta e estou certo de que, nessa perspectiva, os outros candidatos já poderão apoiar-me, porque claramente o meu é o melhor projeto. Isto é a única coisa que eu vejo como possível a partir do dia 25 de outubro.

Acredita que os debates podem ser benéficos para os sócios e para os benfiquistas perceberem o que cada candidato defende?

Temos aqui uma coisa que me parece complexa. Há candidatos que já disseram que não querem debater. [Está a falar de Luís Filipe Vieira, que só quer debater com o Rui Costa?] E Noronha. Isto desvirtua o caminho. Um debate é para tentar demonstrar que aquela ideia, que aquela solução para o Benfica, não é a solução ideal. Isto pode esclarecer sobre matérias muito específicas. Até dia 10 de outubro pode haver candidatos que não vão a eleições. É perfeitamente possível. Só há proto-candidatos neste momento.

Poderia haver uma vontade de os proto-candidatos falarem, mas quando há alguns que não lhes interessa discutir... Não lhes interessa discutir porquê? Porque não têm ideias. Não querem que as ideias sejam rebatidas. E outros que nem sequer o programa apresentaram, nem vão apresentar. Vão apresentar qualquer coisa nos últimos dias para jogar com a emoção dos sócios. Isto, infelizmente, é o que vai acontecer.

Rui Costa vai debater o quê? Não tem programa... Luís Filipe Vieira vai debater o quê? Já apresentou alguma ideia para o Benfica? A única coisa que eu o vi apresentar para o Benfica foi uns bonecos em inteligência artificial a fazer umas coisas que ele nunca disse que eram dele. De resto, não vi mais nada. Vi entrevistas dele a falar sobre o passado. Mas o passado é passado. É história. Vai para o canal História ou vai para o Museu do Benfica. O que eu quero é ir para a frente.

E o Noronha Lopes é o quê? Eu já sei o que é que o Noronha Lopes é. É a mesma coisa de 2020, com menos, portanto não tem nada para debater. Vão debater o quê? Não vão debater nada. Não tem nada para debater.

Eu tenho um programa elencado de todas as modalidades, do futebol, das participadas, da possibilidade dos sócios verem gratuitamente a BTV, como é que isso se faz, da otimização de mais vantagens, como é que se negociam os direitos televisivos. Nós temos essa solução. Os outros candidatos também têm. Podíamos nós debater. Mas estamos nós a debater e então os outros não debatem? Não faz sentido.

Outro dos pontos que causa alguma discórdia entre os candidatos é a questão do voto eletrónico. Qual é a sua posição em relação a isso?

A minha posição é claríssima. Fui o primeiro candidato a levantar esse tema. O Benfica tem uma realidade muito própria. O Benfica é um clube, tem 400 mil sócios e está no mundo inteiro. E o Benfica tende a andar na frente da tecnologia. O Benfica não pode ir atrás de coisas retrógradas, com argumentos retrógrados.

Eu sei do que é que estou a falar. Porque fui eu o representante da candidatura de Rui Gomes da Silva para tratar do tema voto eletrónico nessas eleições. Estive em todas as reuniões com o Benfica, com os outros candidatos, inclusive os representantes da candidatura de Noronha Lopes.

E esse voto eletrónico nós lutámos muito. Não queríamos esse voto eletrónico porque era controlado pelo Sport Lisboa e Benfica, nas instalações do Sport Lisboa e Benfica, e não deram acesso a ninguém. E nós não concordávamos com isso, como é óbvio. E batalhámos contra isso.

E o Benfica veio dizer: 'Mas isto está certificado pela Comissão Nacional de Eleições'. E fui eu, na candidatura de Rui Gomes da Silva, que fiz uma interpelação à comunicação dessa entidade e eles responderam-me a dizer: 'Nós não certificámos rigorosamente nada no Sport Lisboa e Benfica. E eu apresentei isso ao Benfica, e o Benfica disse que era assim que funcionava, não davam código de fonte, não davam nada. Criou-se uma dúvida enorme sobre isto. 

Ficaria colocada em causa a credibilidade desses votos?

Óbvio. Nem era no site do Benfica. Era numa plataforma dentro do Benfica, nas instalações do Benfica, por funcionários do Benfica, que não deram acesso a ninguém. É óbvio que isto levantou imensas dúvidas. Eu estive contra. O voto eletrónico que estamos a falar agora, é outro voto eletrónico.

Este voto eletrónico é um voto eletrónico absolutamente credível. Como é o voto físico. O voto físico também não é 100% credível. Não é. Portanto, dá fraude. Temos voto físico em muitos sítios e há fraude. Portanto, no Benfica também pode haver no voto eletrónico. É a mesma coisa.

Mas este é diferente. Porque é feito por uma entidade externa. Estão a concurso as duas maiores entidades externas do mundo para o fazer, que é quem certifica os bancos, quem certifica as empresas, as maiores empresas. Existe uma comissão que vai ser criada com representantes das candidaturas que irão acompanhar todo o processo. O código de fonte é fornecido a todas as candidaturas. É feito fora da instituição Sport Lisboa e Benfica e preenche todos os requisitos de segurança possíveis à data.

Existe um token que, a partir do momento que a pessoa vota, recebe no seu telemóvel a indicação e pode consultar durante o dia se o seu voto está correto. A impressão do contravoto pode ser feita nessas instalações com a tal comissão e os representantes das listas e ser depositada à frente deles, na urna, sendo filmado, como já foi a votação dos estatutos, e estar a ser transmitida no Youtube ou na BTV. Não venham dizer às candidaturas que isto não impede a segurança. Não é verdade. É tão seguro como o voto físico.

Além disso defendo que para as ilhas e para o resto do mundo tem de ser voto eletrónico, senão as pessoas não votam. E estamos a tirar direitos aos sócios de Benfica. Mas eu defendo que em Portugal deve ser feito da mesma forma.

Eu como sócio, posso votar no meu tablet ou no meu computador ou no meu telefone. Está previsto nos estatutos, portanto é perfeitamente legal. Porquê que tem de ser uma candidatura a dizer, como tem de haver unanimidade, que não há voto eletrónico? Porquê? Quem tem de decidir se quer votar eletronicamente ou não são os sócios. Dêem uma oportunidade ao sócio de decidir onde é que quer votar.

E não estar a fazer isto é não ser democrático e querer tomar decisões e controlar decisões dentro do Benfica por um certo número de pessoas em detrimento dos outros. As Assembleias Gerais têm de ter voto eletrónico e têm de ser transmitidas numa plataforma streaming do Benfica. Os sócios de qualquer parte do mundo podem estar a assistir e fazer a sua votação. Aquilo não pode ser dominado por uma pontada de dois ou três mil sócios que controlam o Benfica. Isto comigo vai ter de acabar.

Mas há muita coisa a fazer no Benfica. E essa democracia que eu quero levar agora através do voto eletrónico e levá-lo depois também para o voto nas Assembleias Gerais. Mas nestas eleições é fundamental que, quem se candidata, pense nos sócios e não pense neles próprios. O Benfica é dos sócios. Não é dos candidatos.

Leia AQUI a segunda parte da entrevista de Cristóvão Carvalho ao Desporto ao Minuto

Nas próximas semanas o Desporto ao Minuto vai publicar as entrevistas feitas aos candidatos à presidência do Benfica. Até ao momento, Rui Costa e João Noronha Lopes não manifestaram disponibilidade em responder às nossas perguntas.

Leia Também: "Mal seja possível vou buscar João Neves. É a reencarnação de Eusébio"

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