Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
15º
MIN 12º MÁX 17º

Incêndios: Costa fala em "péssima qualidade" da informação

O primeiro-ministro considerou hoje, a propósito dos incêndios, que um dos maiores problemas do país é a "péssima qualidade" da sua informação, dizendo que apenas desperta para os problemas no meio das tragédias, esquecendo-se da prevenção.

Incêndios: Costa fala em "péssima qualidade" da informação
Notícias ao Minuto

17:32 - 15/03/18 por Lusa

Política Parlamento

Críticas proferidas por António Costa na parte final do debate quinzenal, na Assembleia da República, após uma intervenção do deputado socialista José Miguel Medeiros sobre medidas em curso para a prevenção e combate aos incêndios florestais.

Na resposta, o primeiro-ministro causou surpresa ao afirmar que "um dos maiores problemas do país é a péssima qualidade da nossa informação".

Segundo o líder do executivo, em Portugal, a informação "só desperta para o problema no meio da tragédia e esquece-se habitualmente do problema na hora certa de prevenir que a tragédia possa vir a ocorrer".

Antes, o deputado socialista e ex-secretário de Estado José Miguel Medeiros tinha defendido a ação do Governo em matéria de prevenção e combate aos fogos, numa intervenção em que sustentou que a prioridade "tem de ser dada à reforma da floresta".

"É preciso que haja uma reestruturação dos sistemas de prevenção e combate aos incêndios florestais e das estruturas de proteção e socorro como base essencial para evitar mais tragédias, garantir a segurança das pessoas, das instituições e das empresas", declarou o deputado do PS eleito pelo círculo de Leiria.

António Costa pegou nestas observações de José Miguel Medeiros para defender a tese de que o país em 2016 estava em piores condições para enfrentar os fogos florestais do que em 2006, quando foi ministro da Administração Interna.

De acordo com o primeiro-ministro, entre 2006 e 2016, houve trabalho em termos de reforma florestal que foi adiado e, ao mesmo tempo, os fenómenos atípicos e extremos climatéricos repetiram-se cada vez com maior frequência no país.

"O desaproveitamento deste tempo foi trágico", sustentou o primeiro-ministro, lamentando depois que "foi infelizmente necessária a tragédia humana de 112 vítimas mortais para que uma reforma da floresta iniciada em maio de 2016, em Conselho de Ministros, tivesse finalmente despertado o interesse do país".

"Foi extraordinário ouvir nessa altura comentadores dizerem que se estava a fazer uma reforma da floresta à pressa para responder à tragédia de Pedrógão, ignorando que essa reforma tinha sido objeto de um Conselho de Ministros extraordinário em outubro de 2016, em março de 2017 e que estava pendente na Assembleia da República desde abril de 2017", acusou António Costa.

Após referir-se á "péssima qualidade da nossa informação", o primeiro-ministro disse ter "a consciência de que a reforma da floresta é um fator de longo prazo".

"O processo de reconstrução tem sido duríssimo, apesar de se assumir como essencial para devolver esperança às populações", afirmou, numa intervenção em que também se referiu à sua ex-ministra Constança Urbano de Sousa e ao seu ex-secretário de Estado Jorge Gomes, que se demitiram de funções governativas na sequência dos incêndios de outubro do ano passado.

"Responsavelmente aguardámos que a Comissão Técnica Independente produzisse a sua análise em relação aos nossos sistemas de prevenção e combate aos incêndios. Nessa altura, muitos nos acusaram de, em vez de termos agido, optarmos por aguardar. Mas estas reformas exigem consenso amplo", justificou, contrapondo que teria sido "irresponsável" caso o Governo se tivesse antecipado a essa comissão técnica designada pela Assembleia da República.

"Fizemos por isso bem em aguardar e em preparamo-nos. Tal como estava previsto na semana seguinte à apresentação do relatório da Comissão Técnica Independente, o Governo aprovou em 21 de outubro de 2017 o conjunto da legislação e das medidas que ainda tinham sido preparadas [pelos atuais deputados socialistas] Constança Urbano de Sousa e Jorge Gomes", acrescentou o primeiro-ministro.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório