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"Não se critique PCP por insultos. Vêm de pessoas e de raivas baixinhas"

“Insultar será forma inteligente de debater?”, é a questão que coloca Francisco Louçã num longo artigo que escreveu na sua página do Facebook, em que aborda aborda o frente a frente entre a jornalista Fernanda Câncio e alguns elementos do Partido Comunista que tomou proporções insultuosas.

"Não se critique PCP por insultos. Vêm de pessoas e de raivas baixinhas"
Notícias ao Minuto

12:48 - 15/03/18 por Tiago Miguel Simões

Política Francisco Louçã

O fundador do Bloco de Esquerda escreveu um texto onde analisa toda uma polémica virtual que começou com as críticas de Fernanda Câncio a João Ferreira, vereador da Câmara Municipal de Lisboa que, no dia 8 de março, distribuiu flores a funcionárias do município.

“Insultar será forma inteligente de debater?”, é a questão que coloca Francisco Louçã no longo texto que também foi publicado no Facebook.

“Fernanda Câncio, jornalista do DN, escreveu em crónica assinada uma crítica contundente a uma iniciativa do PCP sobre o 8 de março. Mobilizou dois argumentos. O primeiro pouco me convence: achou paternalista que o vereador João Ferreira tenha distribuído cravos às funcionárias da Câmara nesse dia. Entendo a sensibilidade de quem tem visto o 8 de março resumido a flores e boas intenções, mas Ferreira escolheu a sua forma de fazer ação política e não é nem o primeiro nem será o último a utilizar uma flor como sinal; a sua mensagem deve portanto ser avaliada pelo que propõe para a defesa dos direitos das mulheres e menos pela sua forma”, começa por analisar Louçã, passando depois para o segundo argumento de Câncio.

“É uma crítica à dirigente do MDM, a organização feminina do PCP, que recusou apoiar e até atacou o apelo internacional a uma greve de mulheres (greve que combate as condições atuais de desigualdade e lembra, já agora, que o que se comemora no 8 de março é uma jornada de greve de mulheres)”, refere Louçã, continuando: “É muito razoável que se discuta se há condições para cada greve em concreto, qualquer greve (…) O que, em contrapartida, é surpreendente é que a dirigente do MDM alegue que não há uma situação de desigualdade que justifique uma mobilização das mulheres”. “Por isso, penso que Câncio tinha toda a razão em estranhar esta declaração e em criticá-la”.

E é aqui que Louçã ‘larga’ a jornalista para se debruçar sobre o PCP e a sua organização feminina que, garante, têm uma posição difícil após ter preferido uma manifestação “partidária” a 10 de março para não integrar manifestações “unitárias” dois dias antes. “Segue o seu partido recusando o princípio da paridade entre mulheres e homens nas listas para cargos públicos. O PCP nunca se afirmou um partido feminista”, explica, fazendo depois uma ressalva. “Mas tem também uma história de luta contra a penalização do aborto, pelo princípio constitucional da igualdade salarial e posição em muitas outras questões que afetam a vida das mulheres...”

O que não era necessário, na opinião do economista, era “violência sectária para explicar a sua posição”, algo que, na sua opinião Miguel Tiago, deputado do PCP, não resistiu a fazer, o que depois desenrolou vários outros comentários insultuosos.

Franciso Louçã deixa uma sugestão: "Não se critique o PCP por estes argumentos e insultos. Estes vêm de pessoas e de raivas baixinhas, não de uma história de reflexão sobre a questão da desigualdade entre homens e mulheres em Portugal”, conclui.

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