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Os "quatro problemas" de Rui Rio na hora de assumir a liderança do PSD

Francisco Louçã fez a sua análise àquela que foi a primeira intervenção de Rui Rio enquanto presidente do PSD.

Os "quatro problemas" de Rui Rio na hora de assumir a liderança do PSD
Notícias ao Minuto

00:07 - 17/02/18 por Pedro Filipe Pina

Política Francisco Louçã

Passos Coelho discursou esta sexta-feira à noite pela última vez como líder do PSD. Rui Rio, por seu lado, fez a sua estreia como líder do PSD no 37º congresso do partido, que decorrerá ao longo deste fim de semana.

No seu espaço de comentário na antena da SIC Notícias, Francisco Louçã fez a sua análise a esta primeira intervenção e ao momento de Rui Rio. E acredita que há “quatro problemas” a destacar.

“Rui Rio chega a este congresso com dificuldades grandes: ganhou por muito pouco, 52% face a um candidato que parecia derrotado mas que surgiu durante a campanha, ficou enfraquecido pelos temas e pela ambiguidade, que se manteve até agora e que vai procurar dissipar neste congresso, e sobretudo ficou muito marcado pela ideia de que poderia ser um líder transitório”, apontou.

Será Rui Rio um presidente do PSD em fase de transição? “O congresso vai pôr o contador a zero”, explica Louçã, acrescentando que Rui Rio irá disputar esta ideia “dentro do PSD (...) com sinais de aproximação a Passos Coelho e Santana Lopes”, para reconstruir desta forma “a sua autoridade”.

Sobre esta primeira intervenção de Rui Rio, esta noite, como líder do PSD, diz Francisco Louçã que teve duas partes.

“Uma primeira parte muito pesada”, que de forma algo irónica Louçã caracterizou com referências quixotescas, falando de Rui Rio a apresentar-se como “alguém que se vê a si próprio como o homem da ética”. E uma última parte “muito breve”, um “vamos ganhar” eleições, que era aquilo “que o partido queria ouvir”, rematou.

Rui Rio, porém, conta com “quatro problemas em particular”.

Primeiramente, “Rui Rio não sintoniza muito bem com a lenda de que tudo se resolveu nos anos de governação de Passos Coelho, porque ele próprio foi um crítico”. Esta narrativa “não cola bem com Rui Rio mas é o que o partido quer ouvir”.

“Em segundo lugar, precisa de deixar de ser um líder regional. Ele aparece muito com a marca de presidente da câmara do Porto e ele próprio regionalizou-se muito”.

Em terceiro lugar, acrescentou, “o PSD perdeu 700 mil votos. O discurso que Rui Rio ensaia para tentar esta recuperação é o de novas formas de partidos e novas formas de eleições, mas é tudo muito vago”.

Rio, acrescentou, “tem de apresentar propostas” para convencer o eleitorado que perdeu. “Mas é muito difícil fazê-lo porque o quarto problema é o da satisfação”.

“Rui Rio diz assim: ‘é preciso muito cuidado com estes governos, mesmo quando parece que estão a governar bem’. Bom”, acrescenta o antigo líder bloquista, “as pessoas dirão se parece ou se entendem que é assim. Mas quando ele reconhece que parece que estão a governar bem (…), na realidade o que todas as indicações sistematicamente dizem é que os 700 mil votos que saíram” para os partidos da ‘geringonça’ “hoje estão reforçados”.

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