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CFP: "Governo tem todo o direito de não aceitar aquelas pessoas"

Embora António Costa não tenha explicado a razão de não querer aceitar as nomeações para o Conselho das Finanças Públicas, Manuela Ferreira Leite também não aceitava "aqueles dois", um alemão e "uma senhora que não fez mais nada na vida a não ser trabalhar para o FMI".

CFP: "Governo tem todo o direito de não aceitar aquelas pessoas"
Notícias ao Minuto

23:47 - 27/04/17 por Notícias Ao Minuto

Política Notícias

Manuela Ferreira Leite afirmou esta noite na TVI 24 que quando teve conhecimento da "desavença" entre PSD e António Costa, a propósito das nomeações para o Conselho de Finanças Públicas, ficou com a "sensação" de que havia um motivo político para Costa não querer nomear aquelas pessoas, por não gostar delas, por serem de uma cor política diferente.

Contudo, e depois de analisar os estatutos do Conselho de Finanças Públicas (CFP), chegou a conclusões que não a agradaram.

Soube então que o conselho de administração pode ter um a dois estrangeiros na sua composição. "E não é que um estrangeiro é um alemão? É algo que me deixa completamente perplexa", notou Ferreira Leite, ressalvando não saber quem é mas não se admiraria "se fosse amigo do ministro das finanças alemão".

Manter um alemão no CFP significa, na ótica da social-democrata, o "reforço do controlo externo" e algo "desagradável". "Não é obrigatório ser um estrangeiro", enalteceu a antiga ministra das Finanças.

Ora, tendo esse mandato acabado e estando agora a escolher-se outro, Ferreira Leite defendeu que o Governo tem, pois, uma palavra a dizer. "É evidente que o Governo tem todo o direito de não aceitar determinado tipo de pessoas. Eu se tivesse que nomear aquelas pessoas, não nomeava", posicionou-se. Uma das pessoas que está proposta, além do alemão,  "é uma senhora que fez toda a sua carreira no FMI, que foi a chefe da delegação da nossa última intervenção", detalhou.

Por uma "questão de princípio", não devíamos querer que ocupe um lugar numa instituição portuguesa. "Fizemos uma festa, até metemos um relógio, e não arranjamos mais ninguém a não ser uma pessoa do FMI para um lugar para o qual haverá dezenas de portugueses competentes?", questionou, sublinhando que essa funcionária "tem a cabeça feita de acordo com a teoria, as ideias, os processos, as análises", apesar de ser competente.

Se Ferreira Leite estivesse no lugar do primeiro-ministro "não assinaria". Sobretudo "depois da festa toda de termos deixado de ser um protetorado". E pergunta: "Não arranjamos mais ninguém a não ser alguém de quem estávamos a sentir imensa falta que é o raciocínio do FMI?".

De resto, considerou que tanto Pedro Passos Coelho como Costa estiveram mal no Parlamento. "Não sei o que é que Passos tinha em mente, mas o que deu a entender foi que caso ele fosse primeiro-ministro já tinha assinado o papel há séculos", vislumbrou Ferreira Leite.

Já o primeiro-ministro, "devia ter explicado aquilo que tinha obrigação de explicar, o porquê de não aceitar aqueles dois", notou a social-democrata, frisando que "não é aceitável que continuemos nesta subjugação". 

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