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PCP quer ouvir ANACOM e CTT sobre "despedimento coletivo encapotado"
O PCP insurgiu-se hoje contra aquilo que considerou ser uma tentativa de "despedimento coletivo encapotado" nos CTT, tendo a bancada comunista pedido já a audição de responsáveis da ANACOM e dos trabalhadores da empresa no parlamento.
© Global Imagens
Política Bruno Dias
"Como o SNTCT (Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações) alertou há alguns dias, há graves problemas que se estão a passar, um autêntico despedimento coletivo encapotado, com situações de pressão, assédio moral, ameaças e, ao mesmo tempo, falta de pessoal na empresa", disse o deputado do PCP Bruno Dias à Lusa.
Segundo o parlamentar comunista, "verifica-se que há pessoal a menos, correio por distribuir ou a chegar de forma irregular ou como não devia às pessoas, que são pior servidas, além dos trabalhadores que sofrem nas suas vidas aquelas realidades", garantindo que "o PCP vai procurar dar consequência e exige respostas".
Além do pedido efetuado ao presidente da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, o deputado do CDS-PP Hélder Amaral, para serem ouvidas organizações representativas dos Trabalhadores dos CTT e da Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM), os comunistas enviaram um lote de cinco perguntas ao Ministério do Trabalho e Segurança Social sobre o assunto.
O Ministério do Planeamento e das Infraestruturas vai ser também questionado sobre questões específicas nos centros de distribuição postal de Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Guarda, Leiria, Santarém e Viseu, Lisboa e Setúbal, assim como Alentejo e Algarve.
O grupo parlamentar do PCP, que sublinha que "a contratação coletiva", naquela empresa - privatizada entre 2013 e 2014 por cerca de 900 milhões de euros e com atividade bancária desde 2016 -, "prevê a reclassificação de funcionários consoante as necessidades", não havendo, por isso, "fundamento para despedimentos como os que estão a ser tentados".
O SNTCT tinha denunciado 32 centros de distribuição postal, em vários pontos do país, com localidades onde o correio só chega uma vez por semana, alertando ainda para o facto de haver zonas em que já se registaram atrasos de duas semanas dos vales postais com pensões de reforma.
Ainda segundo os requerimentos do PCP, "os trabalhadores convidados a rescindir são sobretudo pessoas com problemas de saúde, como tendinites, mas que podem trabalhar nos centros de distribuição de correspondência ou nas lojas dos CTT".
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