Cristas em Lisboa? Da candidata "postiça" ao "tiro no porta-aviões"
Centrista Assunção Cristas anunciou a sua candidatura à Câmara Municipal de Lisboa e as reações não se fizeram esperar por parte de (quase) todos os partidos políticos.
© Global Imagens
Política Candidatura
Foi um fim de semana agitado para o universo político português. No sábado, Assunção Cristas confirmou: será candidata à Câmara Municipal de Lisboa e as reações multiplicaram-se nas horas seguintes.
A centrista quer entrar num terreno dominado pelos socialistas e os próprios aproveitaram a deixa para ‘apimentar’ o caso. O deputado Filipe Neto Brandão diz que a candidatura é “elucidativa da distância” entre Cristas e os munícipes. Já Duarte Cordeiro, atual presidente do PS/Lisboa, fala numa “jogada política interna” e descreve uma “candidata postiça”, de “faz de conta” e que “apenas apresenta motivações internas para a sua candidatura". Fernando Medina, também socialista e atual detentor do cargo que Cristas quer ocupar, diminuiu o tom e “saúda” a centrista, convidando-a a entrar no “debate político sobre Lisboa”.
Do lado do PCP, Jerónimo de Sousa mostrou-se cauteloso e disse “respeitar” a decisão da líder do CDS. No entanto, o comunista vincou que o PCP vai avançar para as autárquicas com "determinação e confiança".
Quanto aos supostos ‘aliados’ dos centristas, podem vir a deixar de o ser, pelo menos neste caso em concreto. O distanciamento entre PSD e CDS acentua-se sobretudo quando porta-vozes como Luís Montenegro deixou claro que existem duas candidaturas distintas a Lisboa ao afirmar que o PSD tem condições para apresentar "uma candidatura ganhadora a Lisboa", enquanto Cristas representa "a candidatura do CDS".
Marques Mendes, contudo, não poupou a sucessora de Paulo Portas e considerou que este anúncio foi “um tiro no porta-aviões” que era a coligação PSD-CDS. No ver do antigo governante, esta decisão, ainda que seja “certa, inteligente e corajosa”, vai causar “problemas” ao PSD.
O resultado de tudo isto? O melhor é esperar para ver. Pelo menos essa é a postura de Passos Coelho. “O PSD tomará a sua decisão, em altura própria, em matéria quer de Câmara quer de outros municípios. Este não é o momento de estarmos a fazer o anúncio de escolhas que só serão feitas mais tarde”, afirmou o líder do maior partido da oposição, na mesma altura em que desejou a melhor “sorte” a Cristas.
Por sua vez, a protagonista da história não deixa de ver no PSD um "amigo e aliado", mas isso não a impede de sublinhar que ambos os partidos têm estratégias próprias.
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