"Maioria do PSD vai apertar a garganta aos trabalhadores", avisa Fazenda

O fundador do BE e cabeça de lista por Aveiro, Luís Fazenda, avisou hoje que "uma maioria do PSD vai apertar a garganta aos trabalhadores", num discurso no qual lamentou o "definhamento" dos contratos coletivos de trabalho.

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© Rafael Medeiros/BE/Flickr

Lusa
15/05/2025 06:34 ‧ há 7 horas por Lusa

Política

Legislativas

"Eu alerto, o Bloco alerta: uma maioria do PSD, uma maioria que vai apertar a garganta aos trabalhadores", defendeu o histórico bloquista, num comício em Aveiro, no âmbito da campanha para as legislativas antecipadas de domingo.

 

Depois de Fernando Rosas, em Leiria, e Francisco Louçã, em Braga, esta noite foi a vez de Luís Fazenda participar na campanha oficial, numa intervenção centrada no trabalho mas também nas questões da Defesa.

Primeiro, Luís Fazenda salientou que no distrito de Aveiro, à semelhança do resto do país, existe "um número elevado de trabalhadores estrangeiros" que na sua grande maioria não tem direito ao voto.

Por essa razão, o BE defende que trabalhadores imigrantes que tenham mais de cinco anos de residência legal em Portugal possam ter direito ao voto, alegando estar em causa "um problema de cidadania".

"Isso é a essência da democracia parlamentar, é a representação política", sublinhou o bloquista, que se candidata num círculo no qual a AD -- Coligação PSD/CDS-PP, tem como cabeça de lista o presidente do PSD, Luís Montenegro, e o PS o seu secretário-geral, Pedro Nuno Santos.

O antigo deputado entre 1999 e 2015, que também foi líder da bancada bloquista, continuou, lamentando o "definhamento dos contratos coletivos de trabalho" e deu como exemplo a indústria do calçado.

"Aqui no distrito de Aveiro, no setor de calçado, elogiada à exaustão pelo seu modelo exportador, pela sua capacidade de reinvenção tecnológica, nós olhamos para o setor do calçado, os salários são miseráveis, e não é apenas isso. A subida do salário mínimo comeu todas as carreiras do contrato coletivo de trabalho, à exceção dos diretores das fábricas. Já não há contrato, o contrato não tem conteúdo", lamentou.

O histórico da UDP acusou a atual ministra do Trabalho e da Segurança Social, Maria Palma Ramalho, de não querer reforçar a contratação coletiva de trabalho mas já ter "duas ameaças" no grupo de trabalho para a revisão da legislação laboral: o retorno do banco de horas individual e "a liberalização de despedimentos".

"Essas medidas, reclamadas pelas confederações patronais, são uma ameaça muito grande, não só à estabilidade do emprego, mas também à valorização dos salários. O banco de horas individual é uma forma de lixar as horas extraordinárias", criticou.

No dia em que o antigo Chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, anunciou a sua candidatura à Presidência da República, que Mariana Mortágua não quis comentar, houve espaço para críticas à intenção da NATO de aumentar o peso dos gastos em Defesa no Produto Interno Bruto (PIB).

Afirmando que o novo chanceler da Alemanha já recusou a emissão de dívida pública conjunta para investimentos em Defesa, Fazenda aproveitou para criticar o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e o porta-voz do Livre Rui Tavares, que já defenderam esta solução.

"Luís Montenegro não disse nada sobre tal coisa. Mas como é óbvio, um salto desta qualidade no financiamento da defesa, vai prejudicar completamente todo o Estado Social. Porque o dinheiro não é elástico e ele não vai aparecer milagre para a Defesa", avisou.

A intervenção terminou com uma referência aos "silêncios atrozes", ao "cinismo imperialista" e às "cumplicidades europeias" face à situação na Faixa de Gaza.

"Temos que abanar esta campanha eleitoral e dizer aos partidos principais, aos partidos centrais, que sempre adiaram o reconhecimento do Estado da Palestina, que era ontem, era ontem, era ontem", realçou.

Luís Fazenda, 67 anos, professor, é dirigente do partido, integrando o Secretariado e a Mesa Nacional do BE. A última vez que integrou listas pelo BE foi em 2011, ano em que foi eleito deputado com Francisco Louçã e Ana Drago. Foi vice-Presidente da Assembleia da República na XI legislatura, entre 2009 e 2011.

O BE elegeu pela primeira vez em Aveiro em 2009, na altura o deputado Pedro Filipe Soares. A representação manteve-se nas eleições de 2011, 2015 e 2019, e foi perdida em 2022.

 

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