O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, vê como de "muito mau tom" as afirmações do deputado do PSD Hugo Carneiro, que sugeriu às forças policiais que procurem revelar as fontes de informação que divulgaram clientes da Spinumviva, a empresa familiar do primeiro-ministro, Luís Montenegro.
"Não podemos desvalorizar essas afirmações de muito mau tom. Nos últimos dias voltámos a conhecer mais questões que envolvem o primeiro-ministro. Isto não vai parar e só vem dar razão ao que afirmámos há um mês. Devia ter-se demitido, mas decidiu não o fazer, fez uma fuga para a frente. Só posso entender isso como de muito mau tom e de fuga para desviar a atenção dos temas centrais. Está em causa, nas eleições, a seriedade para pôr o país a andar para a frente", defendeu, em declarações aos jornalistas na Ovibeja, esta sexta-feira, Paulo Raimundo.
Além disso, afirmou que Beja "não pode continuar a ser esquecida" na próxima legislatura.
"Não fazemos promessas, assumimos compromissos e isso dá-me grande tranquilidade", rematou o secretário-geral do PCP.
Esta quarta-feira, o jornal Expresso noticiou que Luís Montenegro submeteu junto da Entidade para a Transparência uma nova declaração, na qual acrescentou sete novas empresas para as quais trabalhou na Spinumviva, empresa fundada pelo próprio e que passou recentemente para os seus filhos.
Na sequência da divulgação de novos dados, o deputado do PSD Hugo Carneiro pediu ao Grupo de Trabalho do Registo de Interesses no Parlamento que peça à Entidade para a Transparência os registos de quem acedeu aos dados sobre o primeiro-ministro, de forma a descobrir quem partilhou a informação com a imprensa.
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