"Neste momento, o que é certo é que há um diálogo. [...] Os partidos com os quais continuamos o diálogo são os que se demonstraram predispostos [a formar uma coligação], que são, precisamente, o PS, o BE e o PAN", afirmou Rui Tavares, indicando que a CDU (PCP/PEV) também foi desafiada a participar, mas manifestou-se indisponível.
Em declarações à agência Lusa, o porta-voz do Livre e atual vereador na Câmara de Lisboa (eleito pela coligação PS/Livre) recusou, contudo, dar por garantida uma candidatura em coligação nas próximas eleições autárquicas, que se realizarão entre setembro e outubro.
"Dizer que é certo é pôr o carro à frente dos bois. Há um diálogo, esse diálogo é construtivo, é muito importante, nós queremos que ele dê certo, mas ele ainda não está fechado", ressalvou Rui Tavares, referindo que as negociações ainda decorrem.
Sem conseguir antecipar uma data para a conclusão do processo para uma candidatura conjunta das forças políticas de esquerda à Câmara de Lisboa, mas apontando para antes das férias de agosto, o porta-voz do Livre perspetivou: "Esperemos que possa haver essa convergência muito em breve".
"O Livre há muito tempo que considera que é importante haver uma convergência progressista e ecologista em Lisboa para pôr termo à governação de Carlos Moedas (PSD), que tem sido uma governação completamente errática e sem estratégia", salientou Rui Tavares, num momento em que continua por confirmar uma possível recandidatura do social-democrata Carlos Moedas (eleito pela coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança nas autárquicas de 2021, sem maioria absoluta), assim como um eventual acordo de coligação entre PSD e IL.
A Lusa questionou a assessoria da candidatura do PS à Câmara de Lisboa, encabeçada por Alexandra Leitão, sobre um possível acordo de coligação com Livre, BE, PAN e movimento político Cidadãos Por Lisboa, tendo a resposta sido recusar, para já, adiantar qualquer informação.
Há cerca de um mês, o BE disse estava em diálogo com o Livre e o PAN para apresentarem "projetos de convergência" nas próximas eleições autárquicas e manifestou "inteira disponibilidade" para uma aliança à esquerda em Lisboa.
Na perspetiva do porta-voz do Livre, no caso de se concretizar uma coligação, essa candidatura deverá ter como cabeça de lista a socialista Alexandra Leitão, porque "tem condições para protagonizar essa convergência", além de que representa o PS, "partido que tem tido, historicamente, o resultado mais expressivo" em eleições autárquicas, inclusive vencendo a presidência da Câmara de Lisboa.
Rui Tavares referiu ainda que Alexandra Leitão é alguém com quem o Livre tem trabalhado "bastante bem" em vários momentos da atividade política, "seja parlamentar, seja também já no domínio autárquico".
Contudo, acrescentou, a escolha sobre quem encabeça uma possível candidatura em coligação depende também de "questões programáticas, que são aquelas que, em primeiro lugar, interessam aos lisboetas, e de se conseguir constituir a equipa que dê confiança às pessoas de que os problemas da cidade serão resolvidos".
Questionado sobre se voltará a integrar uma candidatura à Câmara de Lisboa, o porta-voz do Livre assegurou que não será candidato, lembrando que está a decorrer no partido o processo de eleições primárias para escolher os candidatos às autárquicas, ao qual não concorreu, justificando a decisão com a representação do partido na Assembleia da República.
"Com muita pena, nesta fase não continuarei na política autárquica de Lisboa [...]. Participarei, certamente, na campanha [eleitoral], sem dúvida nenhuma, mas não serei candidato", declarou, referindo que continuará a participar na construção da cidade "enquanto militante de base".
Até agora, foram anunciadas as candidaturas de Alexandra Leitão (PS), João Ferreira (CDU), Carolina Serrão (BE), Ossanda Líber (Nova Direita), José Pinto Coelho (Ergue-te) e Bruno Mascarenhas (Chega) à presidência da Câmara de Lisboa.
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