"Com medo"? "Se for caso de irmos a eleições, vamos", afirma Albuquerque
As palavras são do demissionário do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, em reação à decisão de Marcelo Rebelo de Sousa de dissolver a Assembleia Legislativa da Madeira.
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Política Madeira
O presidente demissionário do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, reagiu, esta quarta-feira, às declarações feitas por Paulo Cafôfo, que dão conta da decisão de Marcelo Rebelo de Sousa de dissolver a Assembleia Legislativa da Madeira.
"Para ninguém pensar que estamos [o PSD] com medo de eleições, se for caso de irmos a eleições, vamos a eleições", começou por frisar o líder do executivo PSD/CDS, em declarações aos jornalistas após uma audiência com o Presidente da República, ressalvando que, neste momento, se trata apenas de uma "hipótese" e que essa decisão só será tomada após ser ouvido o Conselho de Estado, ao final da tarde.
E continuou: "Quem está com grande receio das eleições na Madeira não sou eu. Quem perdeu 10 mil votos nas nacionais para o Chega foi o Partido Socialista na Madeira, que está neste momento dividido".
Miguel Albuquerque esclareceu ainda que o partido "nunca teve dificuldade em auscultar e, sobretudo, ser ratificado em sufrágio pela população". "Portanto, estão as duas hipóteses em equação", destacou ainda.
De acordo com o líder do PSD/Madeira, "seja qual for a decisão, a nossa opinião, e o que nós transmitimos ao Presidente da República, é que esta atual maioria foi ratificada nos últimos seis meses".
O presidente demissionário do Governo da Madeira reiterou ainda não haver justificação para eleições antecipadas na região, considerando existir um "quadro de estabilidade parlamentar" que permite a continuação do executivo.
"No atual quadro, nós transmitimos ao senhor Presidente da República a nossa posição. A primeira é dizer que neste momento há um quadro de estabilidade parlamentar na Madeira e que permite a continuação do governo", afirmou Miguel Albuquerque, sublinhando que as eleições regionais ocorreram em setembro de 2023 e que "foi ratificada essa confiança nas eleições legislativas nacionais" de 10 de março. "Nós tínhamos a maioria constituída, por isso podíamos prosseguir sem problema", considerou também.
Questionado sobre a sua situação de arguido, Miguel Albuquerque notou que "quem é investigado num processo em Portugal, não tem de se demitir dos cargos políticos, tem que ter a possibilidade, como qualquer cidadão num estado de direito, ter acesso ao processo e esclarecer o que é preciso esclarecer".
De recordar que o presidente do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, anunciou, esta quarta-feira, após reunir com o Presidente da República, que Marcelo Rebelo de Sousa vai dissolver a Assembleia Legislativa da Madeira e convocar eleições antecipadas na região para 26 de maio.
Marcelo deverá assim assinar o decreto de dissolução ainda hoje, após a reunião do Conselho de Estado, agendada para as 18h.
De lembrar que o Presidente da República tem estado hoje a realizar em Lisboa, desde as 10h00, reuniões com os nove partidos com assento parlamentar na Madeira, antes de reunir pelas 18h00 o Conselho de Estado, o órgão político de consulta do chefe de Estado, no qual será avaliado o cenário de dissolução da Assembleia Legislativa Regional da Madeira e convocação de eleições antecipadas.
A crise política na Madeira foi desencadeada por uma investigação judicial que tem Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional demissionário, como arguido.
[Notícia atualizada às 16h56]
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