Ana Gomes disse, no domingo, que António Guterres "fez o que devia" quando afirmou no Conselho de Segurança das Nações Unidas que tudo o que se está a passar entre Israel e o Hamas não apareceu do nada. A antiga eurodeputada defendeu que "o secretário-geral das Nações Unidas não pode ser neutro em relação ao cumprimento do direito internacional". 

No seu espaço de comentário na SIC Notícias, Ana Gomes referiu que Israel "quer que só se fale do 7 de outubro e do massacre perpetuado pelos terroristas do Hamas" de forma a justificar "a atuação criminosa e de chacina da população civil de Gaza". Segundo Ana Gomes, para haver paz e segurança para Israel é necessário olhar para o "contexto de 56 anos de ocupação sufocante".

Sobre a mediação do conflito entre Israel e a Palestina, Ana Gomes salientou a posição indispensável dos EUA e lamentou que a União Europeia se tenha "excluído desse papel". "É uma vergonha porque é perigoso para todos nós", disse.

"O que se está a passar neste momento tem consequências tremendas para a nossa segurança", afirmou Ana Gomes, salientando as várias manifestações que já aconteceram em cidades europeias. 

SNS? "Há um problema de gestão"

Ana Gomes abordou ainda o estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e pediu ao "PS que ponha a mão na consciência". A antiga eurodeputada afirma que há "um problema de gestão" que tem de ser resolvido pelo primeiro-ministro. Para Ana Gomes, António Costa deve "tomar medidas para que se comece a gerir o SNS para o salvar e não para o continuar enterrar". 

Sobre o Orçamento de Estado 2024, Ana Gomes referiu que este não tem "uma ideia de crescimento para o país". Ana Gomes defendeu que era necessário o país fazer neste momento investimentos, para no futuro "pagarmos a dívida de forma sustentada" e criticou a "almofada de dois mil milhões de euros". "Isso é o esquema à Salazar", afirmou. 

Ana Gomes afirmou ainda que, de acordo com um relatório que saiu esta semana, Portugal tinha no ano passado "56 mil milhões de euros parqueados nos offshores", o que equivale a mais "22% do PIB. "Não nos venham dizer que não há dinheiro", referiu.  

Durante o seu comentário, houve ainda tempo para abordar a privatização da TAP e Ana Gomes considerou "que o Presidente da República fez bem em exigir todas as explicações ao Governo". "Este processo tem de ser absolutamente transparente", afirmou Ana Gomes. 

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