Luís Montenegro falava no encerramento do comício da AD -- coligação PSD/CDS, no pavilhão multiúsos de Viseu, num discurso em que voltou a criticar "os profetas do medo", que "andam aos ziguezagues" na vida política e que se limitam a transmitir "fogachos".
Antes das legislativas de 2024, ficou famosa a expressão "não é não" de Luís Montenegro então usada para assegurar a sua rejeição relativamente a qualquer entendimento de Governo com o Chega. Hoje, no comício de Viseu usou antes o "sim é sim", desta vez para procurar evidenciar o caráter "positivo, de diálogo e completo" do projeto da AD para os próximos quatro anos.
"Dizemos que não a muito pouca coisa. Dizemos que não ao radicalismo, à injustiça, à impreparação, à imaturidade, dizemos não àqueles que estão sempre contra tudo, porque esses não acrescentam nada", começou por afirmar.
Em contraponto, segundo o primeiro-ministro, na AD "sim é sim".
"Connosco sim é sim. Prometemos baixar os impostos sobre o rendimento do trabalho e o sim foi sim. E vai continuar a ser sim, porque continuaremos a descer o IRS - 500 milhões de euros já este ano e dois mil milhões de euros na legislatura. Sim é sim", frisou.
No seu discurso, Luís Montenegro voltou a dirigir-se aos jovens e aos pensionistas, dizendo que o seu Governo aumentou em onze meses de funções, por duas vezes, o complemento solidário para os idosos, que nos próximos quatro anos prometeu fazer subir para 870 euros.
Em relação aos pensionistas, o presidente do PSD disse que o seu Governo retirou a razão "aos profetas do medo".
"Dissemos sim e foi sim - e ainda fizemos mais, ainda aumentámos a comparticipação dos medicamentos de 50% para 100%. Por isso, deixem-me dizer a todos os pensionistas e reformados de Portugal: Quando fazemos isto, é pensar na vossa vida, é a pensar nas vossas condições, na dignidade que merecem", completou.
Mas, em Viseu, desta vez, falou principalmente aos trabalhadores da administração pública, considerando-os fundamentais para a eficácia dos serviços que o Estado presta aos cidadãos, e prometeu defender o Estado social.
"O Estado existe para resolver os problemas das pessoas e servir o interesse das pessoas, não existe para se alimentar a si próprio e para servir apenas aqueles que lá trabalham. O nosso projeto está a salvar o Estado social, porque olha para os serviços públicos de educação, de saúde, mas também olha para a habitação ou para a mobilidade", sustentou.
Como primeiro exemplo, apontou o caso dos professores, alegando que sem docentes nas escolas "a igualdade de oportunidades entre todos aqueles que têm o direito de se qualificar fica colocada em causa".
"Sem médicos e sem enfermeiros e sem os outros técnicos de saúde aqueles que têm dinheiro vão à procura de uma solução no setor privado, no setor social, mas aqueles que ficam no Serviço Nacional de Saúde ficam à porta a aguardar a sua vez. Quando valorizamos as carreiras da administração pública, estamos a dar aos serviços públicos as competências e os recursos humanos que precisam para servir os interesses das pessoas, para servir o interesse das instituições", acentuou.
Neste contexto deixou um apelo ao voto na AD, dizendo que merece governar mais quatro anos.
"Que não se disperse o voto à procura apenas de garantir um fogacho aqui e um fogacho ali. Que se pense num projeto de desenvolvimento, num projeto abrangente, socialmente equilibrado, que não deixa ninguém para trás. Quem mostrou o que nós mostramos em onze meses tem autoridade para dizer que nós merecemos a oportunidade de governar quatro anos", acrescentou.
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