Cristóvão Carvalho não tardou em recorrer às redes sociais, esta quarta-feira, para deixar críticas à Rui Costa, após o anúncio da entrega antecipada da proposta de comercialização centralizada dos direitos audiovisuais à Autoridade da Concorrência, por parte da Liga Portugal.
O candidato às eleições do Benfica, marcadas para o próximo dia 25 de outubro, lamentou que o atual presidente dos encarnados tenha suspendido a sua participação no processo de centralização dos direitos televisivos, vincando mesmo que "quando o Benfica abandona a mesa, outros avançam sem escrutínio nem oposição".
Por esse motivo, Cristóvão Carvalho apresentou uma série de razões que, na sua perspetiva, deverão levar a que Rui Costa possa corrigir um erro, de forma a "reconduzir o Benfica ao centro das decisões, liderar a discussão e garantir que nenhum passo definitivo é dado sem o nosso aval".
"O Benfica deve, por isso, exigir: a suspensão imediata da tramitação desta proposta até o clube regressar formalmente ao processo; a publicação integral dos critérios de distribuição e dos estudos de mercado que sustentam a proposta; um debate sério entre todos os clubes, dentro do calendário previsto na lei", pode ler-se no comunicado.
De recordar que, além de Cristóvão Carvalho, também já o atual presidente, Rui Costa, e os opositores João Noronha Lopes, João Diogo Manteigas e Martim Borges Coutinho Mayer tornaram pública a intenção de se envolverem no sufrágio que ditará o próximo presidente do clube da Luz. Já Luís Filipe Vieira poderá ser o próximo a anunciar a corrida por um cargo onde esteve durante 18 anos.
Leia o comunicado na íntegra:
"No passado dia 9 de julho, deixei claro que 'ficar de fora não é opção' e que o Sport Lisboa e Benfica tinha de liderar o processo de centralização dos direitos audiovisuais. Hoje, passadas apenas três semanas, a Liga Portugal entrega o modelo onze meses antes do prazo, à revelia do maior clube do país. Infelizmente, confirmou-se o alerta que então deixei: quando o Benfica abandona a mesa, outros avançam sem escrutínio nem oposição.
1. Este avanço precipitado era previsível. Rui Costa optou por suspender a participação do Benfica; a Liga Centralização aproveitou o vazio e atropelou o calendário, celebrando uma falsa 'eficiência' que disfarça a ausência do principal motor de audiências do futebol português.
2. Um processo construído sem a nossa voz perde valor e legitimidade. O resultado será um modelo desequilibrado, que penaliza o Benfica e empobrece o futebol nacional.
3. Reafirmo o que disse no dia 9 de julho: o Benfica deve colocar-se na dianteira, ditar o ritmo e garantir que recebe aquilo que corresponde à sua grandeza. Só a nossa presença ativa assegura transparência, equilíbrio competitivo e a máxima valorização dos direitos.
4. O Sport Lisboa e Benfica deve, por isso, exigir:
– a suspensão imediata da tramitação desta proposta até o clube regressar formalmente ao processo;
– a publicação integral dos critérios de distribuição e dos estudos de mercado que sustentam a proposta;
– um debate sério entre todos os clubes, dentro do calendário previsto na lei.
5. Rui Costa e a administração da SAD falharam na proteção dos interesses do Benfica ao abandonar as negociações, demonstrando, uma vez mais, falta de preparação para estas funções. É tempo de corrigir o erro: reconduzir o Benfica ao centro das decisões, liderar a discussão e garantir que nenhum passo definitivo é dado sem o nosso aval.
O Sport Lisboa e Benfica não pode ser espectador do seu próprio futuro. Cumprirei o compromisso assumido: defender o clube com firmeza, devolver-lhe a voz que merece e assegurar que a centralização dos direitos televisivos seja feita com o Benfica a liderar, nunca a reboque de decisões alheias".
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