"Primeiro objetivo de Israel devia ser salvar reféns pela via negocial"
As palavras são da antiga eurodeputada Ana Gomes em comentário à resposta levada a cabo por Israel na sequência do ataque perpetrado pelo Hamas.
© Getty Images
Política Ana Gomes
A antiga eurodeputada Ana Gomes referiu, no domingo, que "Israel não está a reagir com proporcionalidade" em resposta ao ataque perpetrado pelo Hamas, porque "está a cometer crimes de guerra e crimes contra a humanidade".
No seu espaço de comentário na SIC Notícias, Ana Gomes afirmou que, embora considere que Israel "tem o direito de se defender", "o primeiro objetivo de Israel devia ser salvar os reféns através de uma via negocial" e não "arrasar".
"Sem dúvida o pior de tudo está a ser a punição coletiva que está a ser infligida ao povo, aos civis de Gaza, que é insustentável porque se as pessoas não morrem das bombas e dos ataques, morrem de fome, de sede, de epidemias", frisou a antiga eurodeputada.
Ana Gomes salientou temer ainda "isto não só comprometa a vida dos reféns como não elimine o seu objetivo de eliminar o Hamas". "Tudo indica que o objetivo é atrair Israel a uma armadilha que encadeia o alastramento do conflito", acrescentou.
França e Alemanha proíbem manifestações pró-Palestina
Sobre a proibição das manifestações pró-Palestina por parte de França e Espanha, a antiga eurodeputada considerou que "não é aceitável".
"Acho que é preciso exigir respeito pela lei e ordem mas não é aceitável proibir tudo o que seja manifestações que sejam pró-Israel ou pró-Palestina ou pró o que quer que seja", afirmou.
Na ótica de Ana Gomes, "é contrário aos valores europeus".
Recorde-se que o grupo islamita do Hamas lançou a 7 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
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