O PSD escolheu a ex-comentadora criminal Suzana Garcia para candidata à Câmara Municipal da Amadora nas próximas eleições Autárquicas e Luís Marques Mendes, no seu habitual espaço de comentário aos domingos no Jornal da Noite da SIC, versou sobre esta questão. Para o antigo líder dos sociais-democratas, em toda esta situação "houve um erro". 

"Um erro que não é local, é nacional", apontou, acrescentando que "a escolha da candidata na Amadora, Suzana Garcia, é um erro porque ela é em tudo uma pessoa identificada com o Chega! - na linguagem, no discurso, nas propostas, no modo de intervir". 

"Parece André Ventura do sexo feminino", advogou ainda Luís Marques Mendes. 

Para o Conselheiro de Estado, "um partido como o PSD, moderado, não populista, responsável, como Rui Rio diz, a querer conquistar votos ao Centro, não devia candidatar uma pessoa que em tudo é igual ao Chega!" 

Já sobre a distinção de que Suzana Garcia poderá ser autarca mas eventualmente não deputada pelo partido, o comentador considerou tratar-se da "explicação mais absurda do mundo".

"Dizer: 'Isto é para ser autarca... se fosse para deputada era diferente...' Se Rui Rio quer ir conquistar eleitores moderados, não pode ter nas suas listas, sejam elas quais forem, pessoas extremistas e radicais que se identificam muito mais com o Chega!" 

"Não vai ganhar nada na Amadora e vai perder no país. Pelo menos credibilidade", considerou Marques Mendes. 

Recorde-se que o líder do PSD, Rui Rio, disse, na passada terça-feira, que se Suzana Garcia não tivesse o perfil para a corrida à Câmara Amadora não teria sido aprovada, esclarecendo que os crivos mudam conforme os cargos e concelhos em causa numa candidatura.

"Se não fosse o perfil certo para Amadora, seguramente não teríamos aprovado", disse depois de questionado sobre se o PSD tem dois pesos e duas medidas nas escolhas dos candidatos, isto depois do coordenador autárquico do PSD, José Silvano, ter argumentado que Suzana Garcia "não se candidata à Assembleia da República para legislar".

"O que ele disse foi que o crivo que se faz para uma candidatura a uma autarquia, não é exatamente o mesmo crivo que se faz para uma candidatura à Assembleia da República. E não estou a falar da pessoa em concreto, estou a falar das regras", referiu Rui Rio.

As eleições autárquicas têm de ser marcadas pelo Governo para o período entre 22 de setembro e 14 de outubro. Em Portugal há 308 municípios (278 no continente, 19 nos Açores e 11 na Madeira), e 3.092 juntas de freguesia (2.882 no continente, 156 nos Açores e 54 na Madeira).

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