Esta sexta-feira a 'novela' em torno do futuro de Viktor Gyokeres pode ganhar um novo e impactante capítulo. O avançado sueco é esperado na Academia Cristiano Ronaldo, para integrar os trabalhos de pré-época do Sporting, mas não deverá comparecer em Alcochete, por conta do desejo de querer sair este verão e assinar pelo Arsenal.
Gyokeres foi autorizado pela direção dos leões a apresentar-se até ao dia de hoje, tal como Geovany Quenda e Conrad Harder, que estiveram ao serviço de Portugal e Dinamarca, respetivamente, no Campeonato da Europa de sub-21, mas já terá avisado Frederico Varandas que não irá aparecer em forma de protesto por conta da intransigência expressada pelo Sporting nas negociações com o Arsenal.
O presidente do Sporting apenas admite vender o internacional sueco de 27 anos por 70 milhões de euros fixos, fasquia que o conjunto inglês tarda a alcançar, em negociações que se arrastam há várias semanas e que já motivaram troca de 'farpas'.
Um pacto que nunca existiu, segundo Varandas
Na causa da insatisfação de Gyokeres, que até se sentirá traído pelo Sporting, está o facto de Frederico Varandas ter desmentido publicamente a existência de um pacto feito com o seu empresário Hasan Cetinkaya, garantindo ainda não iria ceder a "chantagem e ameaças".
"O agente pediu para fixar o valor nos 60 milhões de euros e eu disse-lhe a seguinte frase: 'Eu não sei o que vai acontecer daqui a um ano, não sei se o Viktor tem uma lesão grave que não permita vender, pode fazer uma época dececionante, até porque se vai estrear na Liga dos Campeões'. Não vale a pena estarmos a fixar os 60 milhões", explicava Varandas, aos jornalistas, há precisamente um mês, a 11 de junho.
O presidente do Sporting admitia, portanto, que não iria pedir o valor da cláusula de rescisão, de 100 milhões de euros, mas que avisava, ao mesmo tempo, que não iria aceitar ofertas de 60 milhões de euros, ao contrário do que os responsáveis do Arsenal estavam convencidos. Varandas sublinhou a intenção semanas depois, desta vez de forma ainda mais taxativa.
"Não vou dizer o valor, mas posso dizer que foi transmitido ao agente e o jogador sabe. Posso garantir, com a certeza absoluta, que o Viktor não vai sair por 60+10 [milhões de euros]. Isto não é querer ganhar algo negocial. Não sai. Rigorosamente, não sai", vincava o líder máximo dos leões a 29 de junho.
Gyokeres prepara greve... e "guerra"
No meio disto tudo, foram saindo notícias, principalmente através de Fabrizio Romano, jornalista italiano e especialista de mercado, que Viktor Gyokeres estará cada vez mais furioso com a postura de Varandas e os constantes recados do presidente em praça pública.
O sueco chegou a recorrer às redes sociais, a 12 de junho - ou seja, três dias após a primeira declaração do presidente do Sporting - prometendo falar "no tempo certo", algo que até poderá acontecer já amanhã. O L'Équipe publicou, na última terça-feira, um excerto de uma entrevista com Gyokeres, no qual o ainda jogador do Sporting recorda a saída de Ruben Amorim para o Manchester United, e a mesma entrevista vai ser publicada na íntegra já amanhã, sábado. Muito provavelmente, Gyokeres vai abordar a situação atual e poderá abrir caminho a uma... "guerra".
"Guerra" foi o termo usado ontem, quinta-feira, por Fabrizio Romano para descrever a determinação de Gyokeres em forçar a transferência para o Arsenal, preparando-se para iniciar uma greve, que inclui não treinar nem jogar pelo Sporting até que seja vendido.
"Depois de abdicar de dois milhões de euros em salários para que os mesmos possam ser utilizados no montante da transferência, Gyokeres continua a pressionar. Não vai aparecer nos treinos e não vai voltar a jogar pelo Sporting. Está pronto para abrir uma guerra para ir para o Arsenal", explicou o jornalista italiano.
Varandas desvalorizou eventual greve
Aquando confrontado com a possível greve de Gyokeres no regresso ao trabalho, ainda em junho, Frederico Varandas desvalorizou o tema e disse ser conhecedor dos "dramas de mercado".
"Estou no Sporting quase há 20 anos, já passei por inúmeros dramas de mercado, isto é uma novela, que vende capas: ameaças, greves... O fecho de mercado é cura para todos os males, por isso jogadores contrariados não é um problema nesta fase. O Viktor ficando, e tem três anos de contrato, ficaremos muito contentes e será sempre um problema para os nossos adversários", vincou Varandas.
Resta, agora, perceber o que vai acontecer de facto nesta sexta-feira e se o "drama" em torno da saída de Gyokeres passará a "guerra" no Sporting ou se o fecho de mercado é mesmo "a cura para todos os males".
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